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    José Eugênio Rocha

    José Eugênio Rocha

    Agora, mais amplo e em modernas instalações, o SERVE MAIS abre suas portas para atender melhor seus clientes.

    Domingo, 29 Dezembro 2024 15:13

    Valdir, meu amigo verdureiro

    Sempre que vou a nossa São Gotardo aumenta minha relação de amigos. Da vez passada, os excelentes tocadores de violão, Ribite e o filho do Olímpio soldado, que junto com um ótimo cantador alegraram minha noite num bar simples perto do antigo laticínio.

    No dia 16, fui levar uma foto do Atlético para o Bertinho no Supermercado Mineirão. Registro que sou cruzeirense, mas defensor da paz nos estádios e fora deles, do convívio civilizado e bem humorado entre os torcedores. As rodas de conversa tendem a crescer e logo chegaram outros torcedores do Cruzeiro, o Fabrício e o conterrâneo que dá título a esta crônica.

    Valdir também já está com os cabelos começando a branquear e saímos juntos para a calçada. Sua fala sobre o que estava fazendo alegrou meu coração, pois ele explora o lote 48 da Agrovila, dando a esta propriedade a destinação exata para o que este loteamento foi criado pela Prefeitura.

    Valdir tem a grandeza de se apresentar como “VALDIR VERDUREIRO” nas notas de pedido de seus clientes, a maioria de São Gotardo, mas atende a outras cidades da região. O mundo mudou e diminuiu bastante a fascinação das pessoas simples pelos que tinham o título de doutor. Hoje temos a concepção correta de que o que vale mais é a pessoa buscar a excelência no que faz e optar sempre pela felicidade e alegria.

    Ao chegar na caminhonete, meu novo amigo me presenteou com uma bela alface, alface hidropônica e, diante da minha curiosidade, passou a contar que o sistema não gastava muita água, que a água circulava, e que tem um poço artesiano. As despesas de energia baixaram de 4.200 para cento e poucos reais com a instalação da energia solar. São os avanços da tecnologia beneficiando a todos.

    Daí a pouco, ganho uma alface americana. Seguimos conversando e ele conta que já recuperou os investimentos, que foram grandes, fala naturalmente. Vejo algumas fotos, peço um cartão, ele pega uma nota de encomendas com 20 tipo de hortaliças. Põe um molho de cebolinha na sacola e eu brinco que, se conversarmos mais algum tempo, sairei com o sacolão feito.

    Acrescenta ele que está fazendo as entregas e reclama da dificuldade de encontrar pessoas para trabalhar, o que ouvi também de outros comerciantes locais e me faz refletir sobre a complexidade da economia: a baixa do desemprego é justamente celebrada pelo Governo e acarreta um problema como esse para os empreendedores.

    Faltou dizer a ele, o que escrevo agora, com o coração repleto de alegria: Valdir, você é um dos meus heróis. Parabéns!

    Luiz Sérgio Soares

    O tema começou a ser debatido neste segundo semestre de 2024 com a tramitação de um projeto de Lei complementar, apresentado pelo poder Executivo em julho passado. No entanto, a atual legislatura sinaliza que, na ausência de consenso, e pelos desdobramentos decorrentes das cláusulas do projeto e que impactariam diretamente o governo que assume em janeiro próximo, a decisão final deve ficar para o ano que vem.

    Nos últimos 4 anos 14 deputados indicaram recursos para São Gotardo através das chamadas Emendas Parlamentares, totalizando R$24.535.000,00.

    Apesar do prazo elástico de 14 anos, São Gotardo não conseguiu cumprir a meta estabelecida de se instalar um Aterro sanitário.

    Com aprovação na Câmara, Prefeitura tem o recurso liberado para concluir processo de desapropriação da área nobre entre os dois canteiros da Praça São Sebastião.

    É prerrogativa da Prefeitura o direito de incorporar um imóvel privado ao Patrimônio municipal, desde que obedecidos alguns preceitos legais. Diferente das negociações de mercado, além de ser avaliado por profissionais competentes, o bem a ser incorporado deve antes ser objeto de um processo de desapropriação, sendo resguardado ao dono do imóvel o direito inalienável ao devido ressarcimento financeiro.

    Cumpridos os trâmites e preceitos legais e confirmado o Interesse público, a Prefeitura de São Gotardo deu andamento ao processo de desapropriação de uma Área localizada entre os dois canteiros da Praça São Sebastião.

    O respectivo espaço, com superfície de 736m², foi previamente avaliado por três corretores imobiliários. Os valores apontados nas consultas serviram de base para as negociações entre as partes, chegando-se à cifra consensual de R$2 milhões de reais. Capital este, já reservado em caixa para efetuar o pagamento. Não havendo contestação judicial sobre o valor por parte do proprietário, o processo entrou em uma nova etapa.

    É comum nas administrações municipais a necessidade de alocar ao longo do ano recursos entre uma pasta e outra, o que se dá mediante aprovação pelo Poder Legislativo da chamada verba suplementar. Por esta razão, a liberação deste montante de R$2 milhões de reais aguarda aprovação na Câmara. Salvo esta regra de ordem burocrática, o Poder Executivo tem autonomia para deliberar sobre processos de desapropriação.

    A recente negociação teve início em maio deste ano, e deverá ser concluída – ou não – com a votação em plenário de um projeto de Lei na Câmara Municipal. Por esta razão, entrou em cena o critério político, que de uma maneira ou outra, será determinante no desfecho final.

    Alheia ao papel intrínseco de guardiã do Patrimônio público, a Prefeitura em nenhum momento, ao longo de 26 anos, se interessou em corrigir este erro histórico que foi a venda da respectiva área da Praça São Sebastião.

    E agora em 2024, postergada por quase 3 décadas, está em curso uma iniciativa de reparação pelo erro, que ao final, foi praticado pelo próprio Poder Público municipal, cabendo a este a implícita responsabilidade em repará-lo. Pela primeira vez, ao longo de todo esse tempo, bate à porta a oportunidade de cicatrizar esta ferida aberta bem no coração da cidade.

    Ode à Praça    

    Imagine você na sala de espera de uma estação ferroviária aguardando por décadas a hora do embarque. Quando finalmente o som do apito anuncia que é chegada a hora de partir, alguém lhe diz que ainda não é momento adequado, sem informar, no entanto, quando o trem passará novamente. Um misto de frustração e decepção invade o passageiro de primeira viagem. 

    Há quase 30 anos, São Gotardo aguarda pela reparação de um erro histórico: a venda de uma fatia da Praça São Sebastião. Logo ali, no berço onde tudo germinou.  Espíritos do passado se reviram na terra ancestral e ecoam seu lamento sob a cruz ali fincada.  Persistente e incômoda, impossível ignorar aquela ferida aberta bem no coração da cidade.

    Por todo esse tempo – quase 3 décadas - o Poder público omitiu-se da responsabilidade de cicatriza-la. Passaram prefeitos, vereadores, entoando um silêncio sepulcral, surdos ao lamento de espíritos ancestrais e também dos vivos que por ali transitam nos dias de hoje, e vivem se perguntando: por que este vazio imenso no coração da cidade?

             

    Terça, 19 Novembro 2024 00:17

    Os primeiros migrantes do Norte/Nordeste

    Foi em meados da década de 1990 - há 30 anos, portanto - que se deu início ao fluxo migratório das regiões norte e nordeste do Brasil, onde trabalhadores e suas famílias aportaram em São Gotardo na expectativa de melhores condições de vida

    Perto de deixar o cargo, Denise Oliveira faz um balanço de seu mandato à frente da Prefeitura de São Gotardo nesta entrevista ao Jornal Daqui.

    Naquele ano, quando se concretizou a transferência do público para o privado, não se sabia dos imbróglios e simbolismos que tal área ostentava em suas origens, nada menos que o berço de fundação de uma cidade.

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