A Verde Agritech obteve a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério da Infraestrutura (MInfra) para construir um ramal ferroviário no interior de Minas Gerais. A ferrovia permitirá que a empresa do ramo de tecnologia agrícola, produtora de fertilizante potássico, realize o escoamento anual de até 50 milhões de toneladas do produto.
Com o aval das autoridades publicado nessa terça-feira (12), no Diário Oficial da União, a Verde Agritech agora aguarda para assinar um contrato com a ANTT para uso da ferrovia em regime privado. Na sequência, serão iniciados os estudos ambientais e de engenharia para o projeto.
O investimento no projeto será superior a US$ 550 milhões. Em comunicado divulgado ainda no ano passado, a Verde Agritech afirmou que a FCA deverá assumir os custos para construir o ramal ferroviário. A produtora de fertilizante potássico também informou, na época, que estuda a possibilidade de potenciais parcerias para apoio técnico na implantação e operação logística da ferrovia.
Fonte: Diário do Comércio
No período recente de não mais que um ano, o modelo de geração e distribuição de energia elétrica no município passa por grandes mudanças. A previsão é que dentro em breve comece a entrar em operação um novo sistema onde o consumidor poderá optar entre dois tipos de energia, aquela gerada pelas usinas hidrelétricas – fonte usual e que perdura há mais de um século – e uma outra, gerada a partir dos raios solares, captados e transformados em energia elétrica através de painéis fotovoltaicos.
Não é pouca coisa; estamos falando, de uma mudança secular, e que chega a São Gotardo neste ano de 2023. De fato, a energia solar já vinha sendo consumida em casas e empresas particulares, mas para isso era necessário que o proprietário instalasse sua própria usina geradora.
A implantação de Fazendas solares no entorno do perímetro urbano da cidade se apresenta como novo modelo de geração e distribuição de energia. Aqui, a energia gerada é incorporada à rede da Cemig, podendo ser consumida em casas e empresas da cidade, e que não dispõem de uma usina própria, pois.
As dimensões e áreas ocupadas por estas fazendas dão conta do potencial e capacidade expressiva na geração de energia. Estamos falando em dezenas de Megawatts de potência, que passará a ser distribuída pelos postes da Cemig, até a casa do consumidor. Calcula-se que seja energia suficiente para abastecer milhares de casas, por exemplo.
Conversamos com a Órigo energia, empresa responsável pela instalação de fazendas solares próximo à cidade. Como informou sua assessoria de comunicação, em entrevista ao Jornal Daqui, hoje, a Órigo tem instaladas mais de 50 fazendas solares, operando nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, com capacidade de aproximadamente 200 MWp e atendendo a mais de 80 mil clientes.
Veja abaixo, trechos da entrevista:
– Fale um pouco sobre a estrutura que está sendo instalada em São Gotardo, especificando número de fazendas solares e respectiva área ocupada. Já temos uma fazenda pronta e outras em construção. Cada uma ocupa em média 8 a 10 hectares.
– Como se dá o processo de transmissão até a central distribuidora, no caso a subestação da Cemig, e a posterior distribuição até a casa do consumidor? A Órigo atua no modelo de Geração Distribuída Compartilhada, onde a produção de energia acontece nas Fazendas Solares construídas pela empresa. Essa energia é inserida na rede da distribuidora local e gera créditos de energia aos clientes. Os créditos de energia são descontados na conta de luz representando economia mensal para os clientes da Órigo. Portanto, os usuários não precisam investir em placas solares, obras ou instalações.
É uma alternativa simples e acessível, que contribui para a preservação do nosso ecossistema, sendo uma boa opção para o bolso dos clientes garantindo desconto mensal na conta de luz. Os benefícios do modelo de negócios da Órigo abrangem aspectos ambientais, econômicos e sociais, ao disponibilizar para residências e pequenas e médias empresas créditos de energia solar gerados em suas fazendas solares.
Qual o prazo de conclusão e início de operação das fazendas solares de São Gotardo? A expectativa é que no começo do segundo semestre todas estarão entregues e a decorrer desse período vão sendo conectadas com a rede de distribuição.
O consumidor pode optar por receber em sua casa ou empresa a energia produzida? Que procedimentos deve realizar? A contratação dos créditos de energia solar pelos clientes é feita em um processo extremamente fácil, 100% online por meio do site da Órigo Energia (www.origoenergia.com.br).
Uma fazenda solar ou fazenda de energia solar, é um empreendimento de painéis solares fotovoltaicos que absorvem a energia do sol e convertem-na em energia elétrica. Essa eletricidade é transmitida para a rede elétrica pública de distribuição gerando créditos de energia. Estes créditos de energia são utilizados para obter descontos na conta de energia do proprietário da fazenda, ou de outros consumidores por ele designados.
As fazendas solares recebem esse nome, pois são construídas em solo, em vez de telhados, e geralmente em regiões afastadas dos centros das cidades. Além disso, é uma forma alternativa de “cultivar” o solo, e pode gerar grandes ganhos financeiros para quem decide investir nesse modelo de geração de energia. As fazendas solares são em geral conectadas à rede elétrica como GD (geração distribuída).
Desde a sua criação em 2015, a GlobalFarm tem sido uma força transformadora no setor de software e consultoria de custos, reinventando a maneira como as empresas gerenciam seus processos financeiros e estratégicos. O diferencial? Um revolucionário sistema de benchmarking entre empresas e um software capaz de buscar informações de qualquer sistema, transformando dados brutos em análises poderosas para a tomada de decisão.
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A artista Ângela Rocha, natural de São Gotardo, atualmente reside em Belo Horizonte. Em sua recente exposição na capital mineira 'Entre Cores e Formas', com curadoria de Fátima Miranda, ela viaja em sua inspiração para expressar as sutilezas da luz e da natureza.
Ângela já participou de várias coletivas e também do evento "pintando ao vivo". Formada em pedagogia e funcionária pública aposentada, desde cedo teve a arte como paixão e decidiu enveredar pelos caminhos dos pincéis e tintas.
Agora expõe seu sonho engavetado por muitos anos, através de suas telas com cores fortes e vibrantes, trabalhadas com pinceladas bem definidas e propositais.
O cultivo do alho teve início no final da década de 1990. Ao longo do tempo foi se firmando e se expandindo até alcançar o patamar de hoje, como a região que mais planta alho no país, destacando-se pela alta produtividade e qualidade acima da média.
Vários fatores contribuíram para a escolha do Alho como opção de investimento por parte dos produtores. Destaque para o clima e altitude propícios, além do domínio tecnológico já praticado em outras culturas como a cenoura.
Não foi um tiro no escuro: sempre houve por parte dos produtores o interesse em desenvolver atividades que agregassem mais valor e rentabilidade, plantando em áreas menores, mas com mais qualidade que em outras regiões.
Outra razão pela escolha do Alho, foi a necessidade de diversificar o negócio, uma preocupação permanente como forma a evitar a dependência de uma única cultura. Hoje, complementa um leque já diversificado, que inclui a cenoura, beterraba, o abacate etc. Como destaca o produtor Hugo Shimada, um dos entrevistados nesta reportagem: “60% do alho consumido no Brasil é produzido no país, o restante é importado. Desses 60%, 30% sai de São Gotardo. É uma participação expressiva, se considerarmos que representa praticamente um terço do alho plantado no Brasil.”
A empresa Globalfarm, que presta assessoria aos produtores nas áreas de gestão e consultoria de custos, é também especializada em levantamento e processamento de dados nos sistemas de produção da região de São Gotardo, e acompanha de perto estatísticas relacionadas à cultura do alho. De acordo com o último levantamento da empresa foram colhidas 45 mil toneladas em 2022, ocupando uma área de 3 mil hectares. São números reveladores e que impactam muito além do mercado consumidor brasileiro: hoje, o alho representa força propulsora da economia local por excelência, gerando renda, e acima de tudo postos de trabalho aos milhares.
De acordo com o presidente do Sindicato dos produtores rurais de São Gotardo, Rodolfo Molinari, também entrevistado nesta reportagem exclusiva: “Do plantio, no final de fevereiro, março, até o final da colheita em setembro, são sete meses de duração. Além desse período, o produto colhido é levado para os barracões, e o trabalho continua... a produção de alho exige um cuidado todo especial, como alta tecnologia e investimento alto, então o produtor precisa estar muito envolvido”. Ou seja, podemos falar em um processo em escala industrial, que movimenta campo e cidade quase o ano todo.
Por tudo isso, a importância e impactos positivos da produção de alho na economia local tem singular relevância, ademais, em um ambiente onde a inovação permeia cada capítulo destes 50 anos de Padap.
A região de São Gotardo é hoje sinônimo de proficiência e pujança empresarial no setor agrícola, sendo reconhecida nacionalmente como berço de qualidade, alta tecnologia e produtividade. O alho é um bom exemplo desta distinção.
Somando conhecimento a este encontro promovido em parceria do Jornal Daqui e a Globalfarm, um dos sócios fundadores da empresa, o engenheiro agrônomo Paulo Filho e a gerente de operações, Gabriela BonTempo. Um especial agradecimento ao empresário Fábio Castelhone, também sócio fundador da Globalfarm, e aos entrevistados Hugo Shimada, Rodolfo Molinari e Paulo Filho.
Dada a complexidade e abrangência do tema 'Cultura do Alho', listamos por tópicos os temas abordados neste encontro. Confira:
Rodolfo: Quando começa a safra, o trabalho não para. Tem serviço todos os dias pelos meses que se seguem. Diferente de outras culturas onde a colheita é intermitente, como a cenoura ou a batata. A colheita deve ser concluída até setembro, antes de iniciar o período chuvoso. Nesse período há uma grande oferta de trabalho, o que significa mais dinheiro circulando com o pagamento aos trabalhadores. Com mais oferta de trabalho, o trabalhador ganha mais.
Hugo: Com o sistema de refrigeração e conservação do alho, adotado pelos produtores, a oferta de trabalho se mantém mesmo depois de terminada a colheita no campo, se estendendo por praticamente o ano todo. É uma das culturas que mais emprega, então a economia local gira muito em sua função.
Rodolfo: Não podemos deixar de citar as outras culturas. A cenoura, como o leite, são 365 dias no ano. Tem o abacate, o café, que também geram emprego. Mas se considerarmos postos de trabalho por hectare, o alho é sem dúvida o que mais emprega, principalmente nos picos do plantio e da colheita.
Além da grande oferta de postos de trabalho, há impactos diretos e indiretos em todos os setores da economia local, como construção civil, no comércio em geral, prestadores de serviços...
Hugo: Hoje a nossa região consegue um índice de produtividade de 20 toneladas por hectare plantado. No início eram de 13, 14 toneladas. O Alho só se tornou viável, portanto, devido a este aumento de produtividade.
Rodolfo: É uma busca permanente pela eficiência no processo, ela não para.
Paulo: Estamos colhendo 20 toneladas, e menos que isso torna a cultura inviável. Isso, mantendo os custos equilibrados, sem excesso. Ainda assim, a rentabilidade não ultrapassa 15 a 20% do valor investido.
Rodolfo: Produzimos o melhor alho do mundo aqui na região de São Gotardo. Nosso alho é produzido com alta tecnologia, em escala quase industrial.
Hugo: Nosso alho se destaca em relação a outras regiões principalmente pela qualidade.
Hugo: Já existe um projeto inicial de exportação para a Europa principalmente.
Rodolfo: Alguns países da América do sul são também possíveis mercados.
Paulo: Há fatores limitantes como a rotação de culturas, o microclima, e a própria oferta de mão de obra. Acreditamos que pelo menos a médio prazo deve ser mantida a extensão de área plantada, que está em torno de três mil hectares. Mesmo levando em conta essa estabilidade no volume de produção, o alho hoje tem especial relevância em relação a outras culturas como a cenoura ou o abacate.
Paulo: Até 4 anos atrás, o alho apresentava uma rentabilidade alta, mas ela foi caindo nos últimos anos. Além do mais, a cultura do alho demanda de uma grande estrutura física como investimento em pivôs, maquinário, barracões etc. Então, o produtor não tem muitas opções a não ser continuar plantando sob risco de prejuízo. Depois do investimento feito, fica difícil sair.
Paulo: Melhorar a gestão, diminuir custos, e se possível aumentar a área plantada para diluir as despesas. O que atrai o interesse do produtor são também as condições favoráveis de altitude, clima e solo da região. Estas condições garantem um produto de excelente qualidade, o que significa garantia certa de mercado, além do valor agregado. O alho da região de São Gotardo tem preço superior em relação a outras regiões do Brasil.
Hugo: Apesar de uma rentabilidade menor hoje, um dos fatores que incentiva a produção de alho é a estabilidade, não apresentando grandes oscilações no preço como em outras culturas, como a cenoura, por exemplo, que exige o plantio o ano inteiro para equilibrar a margem de lucro.
Hugo: O produtor entendeu que sozinho ele não alcançaria um bom resultado, por isso ele se organizou em grupos de produtores, uma espécie de condomínio de produtores rurais. Esta união de esforços facilitou o funcionamento da máquina produtiva. Assim, cada etapa do processo é distribuída entre os participantes do grupo. Meu concorrente não é o meu vizinho, ele é meu parceiro, tanto na divisão do processo como na troca de informações sobre novas técnicas e métodos que possam beneficiar um e outro, e todos ganham com esse modelo. Este fator é determinante para a uniformidade e consolidação de uma marca única.
Rodolfo: Além de dominar um conhecimento, é preciso compartilhar, trocar experiências. Como disse Hugo Shimada, nosso concorrente não é o produtor vizinho, é o alho espanhol, o chinês, o argentino. Nosso caminho é unir forças, mesmo porque não temos condição de suprir o mercado nacional ainda.
Como ressalta Hugo Shimada: outra exigência do alho é a mão de obra disponível, nesse sentido, sem essa população que vem de fora, de trabalhadores migrantes, não seria possível levar à frente o plantio de alho. É fundamental frisar a empregabilidade que essa cultura oferece. Em média, cada hectare de alho plantado demanda 10 postos de trabalho. Ela exige muita mão de obra, e por essa razão é uma cultura com maior custo de produção, girando em torno de R$200 mil por hectare.
Rodolfo: O alho é plantado dente por dente, tudo manualmente. Disparado, hoje o alho é a cultura que mais emprega, que oferta vagas de trabalho.
Hugo: Hoje não existe nenhuma máquina que substitua o plantio manual.
Hugo: O trabalhador ganha por produtividade; quem se dedica mais, ganha mais.
Rodolfo: O que ocorre é que nessa cultura a oferta de trabalho é maior, dando oportunidade para o trabalhador ter um maior rendimento.
Hugo: É interessante notar que esse rendimento varia de pessoa para pessoa, e a escolha do tipo de tarefa conta muito: alguns rendem mais no corte que no plantio, e vice-versa. Desta maneira cada um vai se especializando naquilo que faz de melhor.
Razões não faltam para comemorar agora em 2023, os 25 anos de história da Festa Nacional da Cenoura. Em grande estilo, artistas de renome nacional e uma estrutura de peso marcam esta data especial. Para receber o grande público, a organização do evento vem realizando uma série de reformas e ampliações, com o objetivo de oferecer mais comodidade e segurança.
O Jornal Daqui acompanhou de perto as mudanças em curso. Em entrevista, o presidente do Sindicato dos produtores rurais de São Gotardo, Rodolfo Molinari, ressalta a necessidade de se adequar às novas demandas, que surgem a cada ano: “segurança é umas principais preocupações. Algumas das mudanças aqui são para atender às normas do Corpo de Bombeiros, como ampliar o espaço de entrada e saída da arena, por medida de segurança. Os assentos que foram retirados para abrir este espaço, serão substituídos com a instalação de uma nova arquibancada, inclusive dobrando o número de assentos que existia. No local, construímos uma estrutura de camarote suspenso, ampliando a capacidade para 500 pessoas. Em relação a melhorias visando maior comodidade do público, construímos mais 5 Banheiros; com isso ampliamos a capacidade para até 20 mil pessoas, muito acima da média nas festas anteriores.”
De acordo com Molinari, foram investidos recursos também na própria infraestrutura do Parque de exposições, como a construção de uma nova rede de esgotamento sanitário, e no isolamento da fiação elétrica, toda ela, agora, subterrânea, promovendo um ambiente mais arejado e seguro. “são investimentos altos, mas necessários, sempre pensando no bem estar das famílias e visitantes” afirma ele.
As obras já estão praticamente concluídas, com a instalação dos camarotes e arquibancada móveis, além da cobertura. Como se pode ver na imagem ilustrativa abaixo, até o próximo ano serão feitas ampliações na arquibancada e novos camarotes, incorporados à estrutura física do Parque.
'Uma cidade dentro da cidade'. Se levamos em conta as proporções e dimensões do loteamento Cidade Nova, lançado há 3 anos atrás, não é um exagero a figura de linguagem. Com 1.500 lotes, além de área comercial, de lazer, área institucional(escola, posto de saúde...), avenidas, etc., sua estrutura é comparável à de uma cidade do porte de Tiros ou Matutina. Não é pouca coisa.
Dos 20 novos projetos de loteamento em curso na cidade - em fase de implantação ou de conclusão – nenhum deles se propõe a tal desafio, tanto pelas dimensões como pela complexidade que envolve sua implantação. Sua localização, na saída da cidade ao lado da estrada sentido Capelinha do Abaeté, traz uma vantagem em relação aos outros loteamentos: a área é plana, sem declives, um diferencial de peso em uma cidade onde a topografia não ajuda.
De outro lado, este ponto positivo não facilita os obstáculos inerentes à um empreendimento imobiliário desse porte, a começar, por exemplo, com a estrutura necessária para o escoamento de esgoto. Conforme estudos e orientações da Copasa, será necessário construir uma rede própria interligando o loteamento até a Estação de tratamento, a 5 km de distância. Da mesma maneira, a rede instalada nas ruas já urbanizadas não comportaria as águas pluviais, sendo necessário também uma rede própria para o seu escoamento até o córrego(ainda não sabe ao certo, qual). Além destes custos extras embutidos no projeto, outros são de praxe, como a construção de uma caixa d'agua, rede elétrica, pavimentação asfáltica e redes de água, esgoto e pluvial ao longo das ruas e avenidas do novo loteamento.
Dada a complexidade do empreendimento, e de pendências quanto a aprovação dos órgãos reguladores e da conclusão das obras de infraestrutura, não há como determinar um prazo para a autorização de casas no local.
Os recursos necessários para cobrir todas estas despesas, têm como fonte o dinheiro arrecadado com a venda dos lotes. Neste aspecto chama a atenção uma outra distinção do empreendimento:
Assim que foram confirmadas as inscrições dos interessados passou-se à etapa seguinte, a fundação de uma cooperativa em acordo com o organograma desse modelo de associação, qual seja, uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de ordem civil, constituída para prestar serviços aos associados. Os participantes assumem a posição de cotistas. No caso, cada uma das pessoas que adquiriu um lote assume a condição de cooperado. Seguindo este modelo de organização foi eleita uma diretoria, e posteriormente a realização de assembleias, onde cada associado tem direito a voto. Assim sendo, não se trata, portanto, de um investimento privado.
O Jornal Daqui conversou com a atual presidente da Cooperativa Habitacional, Roberta Sekita, sobre o an-damento e atual fase do projeto, Veja:
Ainda temos disponíveis lotes para a venda. Com a medida de 180 m², o valor de R$90 mil reais. São lotes remanescentes, que não foram vendidos quando o projeto foi lançado há 3 anos atrás. Temos também lotes com dimensões maiores, com 200 e 300 m², por exemplo, além de áreas comerciais, com 1000 m².
A Cooperativa foi criada ten-do em vista o déficit imobiliário, se apresentando como alternativa aos interessados em adquirir um lote. Este projeto tem também o objetivo de atender às famílias que pagam aluguel, com os chamados Lotes sociais. Para adquiri-lo, o interessado precisou apresentar um comprovante que residia em casa alugada. Para esta faixa, foram oferecidas condições mais facilitadas, tanto em relação ao valor quanto no prazo de pagamento das parcelas.
Estamos em fase de elaboração dos projetos técnicos para posterior aprovação da Prefeitura. Já foi feita a limpeza da área. Estamos agora con-cluindo o plano altimétrico, para medição do desnível do solo, feito por um agrimensor. Concluída esta medição serão elaborados os projetos de pavimentação, canalização de água pluvial, redes de água e esgoto.
Sim, estamos aguardando a conclusão das medições de nível e desnível da área onde será implantado o loteamento para a elaboração dos pro-jetos que serão em seguida apresentados à Copasa.
A Copasa já nos deu um parecer nesse sentido. Todo o esgoto do loteamento será captado e direcionado em rede própria diretamente até a Estação de Tratamento de esgoto da cidade.
Sim, esta é uma das obrigações dos responsáveis pelo empreendimento.
Até o momento a gente trabalha sem a necessidade de um aumento de capital. Eventualmente, se no futuro for preciso um complemento de recursos, nós temos investimentos em uma fazenda no norte de minas, na Serra do Cabral, nós podemos contar com retorno desta fazenda para concluir toda a obra.
Passados dois anos e meio de governo, a prefeita Denise Oliveira sabe que a partir de agora corre contra o tempo e que as linhas de sua gestão já foram traçadas. Na entrevista que se segue ela fala sobre projetos em andamento e sobre as marcas que sua gestão já deixaram impressas ao longo desse período.
Pela posição que ocupa e pela proximidade do período eleitoral, perguntamos a ela se tem pretensões de disputar a reeleição. A resposta a esta dúvida está em aberto, ela disse. O que já é uma resposta. Abordamos também nesta entrevista os desafios que teve de enfrentar pelo simples fato de ser mulher e negra: “O que mais sinto é tentativa de desqualificar o trabalho feminino, não é apenas da prefeita, é da mulher em geral. A mulher que trabalha em casa, por exemplo, é considerado que ela não trabalha. Ela não é devidamente valorizada, apesar de se desdobrar em múltiplas tarefas, no trabalho doméstico, cuidando dos filhos...” afirma ela. Veja a entrevista:
Assumimos o governo em um período atípico. No primeiro ano tivemos que enfrentar a Pandemia, que alterou a dinâmica de nossa gestão; no segundo, tivemos as chuvas que deixaram rastros de destruição na infraestrutura do município. Então, algumas obras de nosso projeto de início de governo foram comprometidas pela necessidade de, por exemplo, termos de reconstruir 8 pontes. Tivemos que abrir mão de recursos para atender a estas obras de maior urgência, e do próprio tratamento que foi dado à Pandemia. Com o tempo que nós tivemos, com os recursos e reveses que nós tivemos, a nossa equipe fez o melhor que poderia ter feito.
A partir de estudos científicos e de modelos de países desenvolvidos, nós percebemos que a educação faz a diferença; que a formação humana é um pilar para o desenvolvimento de um povo. Pessoas quanto mais bem informadas, menos elas adoecem. A educação possibilita a pessoa de ter conhecimento da importância da alimentação, da prática do esporte, da saúde mental... e tudo isso vai impactar na qualidade de vida, na saúde, e na própria melhoria da condição financeira. Por isso investimos na realização de cursos profissionalizantes, investimento no potencial empreendedor, na educação, no lazer, na cultura de nosso povo.
São 4.100 alunos na rede municipal, e demos especial atenção a este grande público de crianças, com a valorização de nossos profissionais, com melhores salários, passamos a oferecer aulas de inglês, Kit escolar... e tantas outras melhorias no sentido de a educação ter uma base sólida em São Gotardo. Como isso oferecemos às nossas crianças a oportunidade de enfrentar o mercado de trabalho mais bem preparada, e mais que isso, enfrentar a vida de maneira positiva. Eu gostaria de ressaltar também os investimentos na estrutura física, como a construção de uma Creche no Bairro Saturnino Pereira, Quadra poliesportiva no Boa Esperança, reformas nas escolas...
Estamos construindo o Parque dos Ipês no Balneário, que será um centro de práticas de lazer e esporte, mas também de interação e socialização humana. Estamos construindo também um complexo poliesportivo em Guarda dos Ferreiros, com quadra, quiosques, campo de futebol, com estas mesmas finalidades, de promover o esporte, lazer e socialização na comunidade.
Ressalto também que na área de lazer, São Gotardo tem um cronograma anual de eventos, o que é inédito. Elaboramos no início de cada ano, junto com cada secretaria este calendário de eventos.
A saúde passou por inúmeros desafios devido à Pandemia, com a volta da normalidade estamos investindo na melhoria do atendimento, capacitando nossos profissionais. Implantamos o SAMU. Nosso objetivo maior é oferecer uma saúde cada vez mais humanizada.
É uma obra recém iniciada na avenida Rio Branco, com a finalidade de atender às crianças com espectro autista, Síndrome de Down, e todas aquelas com necessidades especiais, como um suporte ao sistema educacional. O prédio vai abrigar duas alas, uma para atendimento de especialidades, com psicopedagogo, terapeuta ocupacional, e um outra ala para atendimento individualizado.
É um centro de arte e de economia interativa. Neste espaço teremos cursos variados. Lembrando que já teremos o primeiro curso do Ciarte, e que será patrocinado pela Coopacer, focando no desenvolvimento e formação de nossos jovens.
A previsão é que em agosto sejam iniciadas obras.
A Prefeitura, sendo a casa do povo, ela precisa ser acolhedora. Por esta razão investimos na reforma do prédio, e pensando também nos nossos colaboradores, oferecendo um ambiente mais saudável, já que passam boa parte do tempo aqui. Também em relação ao Almoxarifado, onde a estrutura estava muito deficiente, construímos novas oficinas e galpões para depósito da secretaria de obras.
Foi instalada uma Comissão de análise interna para o provimento de vagas através do Concurso. A partir dessas análises, o Executivo encaminhou um projeto de Lei ao Poder legislativo no final de março, e que institui o Plano de Cargos e salários. Estamos aguardando sua aprovação para definirmos a data do Concurso
Nossa gestão tem tratado da melhor forma possível os recursos recebidos, mesmo porque, são verbas com finalidade específica, e que não podem direcionadas para outros fins. Realmente nós precisamos receber recursos para outros setores, outras necessidades da população, mas infelizmente isso não é mais possível.
Infelizmente sim. Nós vivemos numa sociedade patriarcal, onde ainda observamos traços de machismo e preconceitos. O que mais sinto é a desqualificação do trabalho feminino, não é apenas da prefeita, é da mulher em geral. A mulher que trabalha em casa, por exemplo, é considerado que ela não trabalha. Ela não é devidamente valorizada, apesar de se desdobrar em múltiplas tarefas, no trabalho doméstico, cuidando dos filhos. Em razão da prefeita ser mulher e negra, tenta-se desqualificar seu trabalho, mesmo sabendo que está sob minha responsabilidade sete secretarias e 1.400 funcionários.
Mediante a situação eu procurei encaminhar este processo de inserção na política da melhor forma possível, com metodologia, com planejamento e responsabilidade. Nosso trabalho é também no sentido de provar que nós mulheres somos muito capazes de ocupar qualquer cargo ou função. Espero poder ser uma referência para outras mulheres neste sentido.
A reeleição é um tema que ainda precisa ser analisado. Minha maior preocupação hoje é com minha gestão administrativa, é procurar responder às demandas da melhor maneira possível. É isso que vai fazer a diferença mais à frente.
Com certeza
A alternância em postos de comando em empresas e instituições organizadas a partir de sistemas de representatividade se apresenta como alternativa quando uma maioria expressa uma necessidade e desejo de mudança. Assim como ocorre nos processos políticos, o poder de voto encontra ressonância também no cooperativismo, onde se delega ao associado a decisão de escolha de seus representantes em conselhos e diretorias.
Cumprindo seu Estatuto, a Cooperativa de crédito Credisg, realizou recentemente uma Assembleia geral para escolha de novo presidente e conselho de administração. Por ampla maioria, com 75% dos votos, prevaleceu a necessidade de renovação em seu quadro diretor.
Percorridos os ritos de aprovação pelo órgão regu-lador, o Banco Central, tomou posse no dia 2 de junho o novo Conselho de administração da Credisg, constituído pelos seguintes membros: Itália de Mello Castro, Daguison Vitor de Freitas, Hugo Massakazu Shimada, José Milton Ribeiro de Paula, Leandro Rodrigues Barbosa, Marco Aurélio Carvalho e Renata Sekita.
No cargo de presidente, assume uma profissional de carreira, Itália de mello Castro. Ela substitui Noé Rafael Galvão, que por 23 anos ocupou o cargo de presidente da Instituição. Ambos compartilharam relação de proximidade e respeito mútuo desde a fundação da Credisg, da qual fizeram parte. No entanto, a instituição cresceu a ponto de impor seu próprio ritmo. Hoje, com mais de 7 mil associados, a cooperativa de crédito sabe que sua sobrevivência no concorrido mercado impõe a necessidade de novos caminhos e reorientações, valorizando e respeitando evidentemente, o legado e atuação da presidência e de toda a diretoria e funcionários, responsáveis por elevar à condição de uma das maiores instituições financeiras de São Gotardo, como é hoje. Itália de Mello Castro assu-me, portanto, enorme desafio, e credenciais para isso não lhe faltam, assim como de todos os membros do novo Conselho de administração.
A nova presidente, Itália Mello, tem longa trajetória na instituição, sendo uma de suas fundadoras; é conselheira fiscal da Ocemg, sistema de organização das cooperativas de Minas Gerais, foi conselheira fiscal da Crediminas por mais de 12 anos. Seu currículo inclui ainda treinamentos e participação em conferências em outros países. Em entrevista durante a cerimônia de posse, ela falou de ações e planos para este início de mandato:
“A intenção é de renovar, renovar os processos. Entre as primeiras ações da nova diretoria, está a reorganização na estrutura administrativa, do quadro funcional, análise de perfil, em seguida, uma pesquisa de satisfação com os associados, para sabermos que tipo de cooperativa os cooperados desejam.”
“Faremos uma homenagem ao Sr. Noé Galvão. É a pessoa mais importante nesses 23 anos de existência da Credisg. Em reconhecimento a essa importância vamos fazer uma homenagem a ele no dia 16, dia do aniversário da Credisg: a partir desta data, a sede da instituição será denominada 'Noé Rafael Galvão'. Vamos colocar uma placa na entrada do prédio, para que seu nome seja eternizado dentro da história da Credisg.”
“Os associados reconheceram a necessidade de renovação, de mudança. Tivemos 75% dos votos de aprovação na Assembleia.”
“Hoje os ativos da Cooperativa somam 780 milhões de reais, e tudo isso graças ao trabalho de toda equipe da cooperativa e dos cooperados. A gente sabe que a confiança deles é que fez a cooperativa chegar ao patamar que chegou hoje.”
“Sabemos que os desafios que temos a enfrentar são enormes. Primeiro pelo clima de incertezas na economia brasileira no atual momento em relação aos juros e a inflação. Pode ser bom para os aplicadores, mas muito ruim para as pessoas e para o próprio país, pois preferem aplicar o dinheiro que investir no processo produtivo. Uma de nossas ações será no sentido que fazer com que a cooperativa fique mais próxima do cooperado, e ele também mais próximo da cooperativa.”