Os danos ocasionados pelo novo Coronavírus atingem a sociedade como um todo, sem distinção. O cotidiano, os hábitos, a convivência familiar e social, o trabalho, o lazer... nada está imune. Assistimos nos últimos quatro meses - e continuamos assistindo hoje - o desenrolar e desdobramentos de um filme que assusta e nos provoca calafrios. Nossa capacidade reação está em xeque; estamos sendo testados, desafiados por um vírus microscópico. Assim como no resto do Brasil e no mundo, aqui em São Gotardo, os impactos da Pandemia revela peculiaridades locais.
Já sabemos hoje que o vírus escolhe como ambiente preferencial os espaços e meios por onde transitam aglomerações de pessoas. Escolas, Igrejas, Eventos e festas, Casas noturnas, Restaurantes, clubes e academias, e claro, o frenético vai e vem no centro da cidade. Circundando este extenso rol de espaços sociais orbita o cidadão comum, o empresário, o trabalhador, a dona de casa, crianças... Ninguém está ileso. Ainda carecemos de estudos que quantifiquem esses impactos.
Este é o dilema imposto ao Comitê Gestor e às autoridades públicas: o que, e quando restringir ou flexibilizar. Como evitar os riscos de contágio pelo vírus sem colapsar o sistema socioeconômico? Dando uma rápida olhada no cronograma de decisões tomadas até agora é possível perceber um vai e vem de avanços e recuos; pra alguns, mais, pra outros, menos. De fato, houve mais flexibilização ao longo dos quatro meses iniciais de pandemia que restrição, isso, levando-se em conta o mercado de 'não essenciais'. As medidas, no entanto, não impactaram de maneira uniforme. Os lojistas por exemplo, não têm do que reclamar: permaneceram com seus estabelecimentos abertos em 14 das 16 semanas de quarentena, até agora. No quadro abaixo listamos as medidas tomadas referentes à abertura e fechamento em cada setor:
CRONOGRAMA DE ABERTURA E FECHAMENTO NO COMÉRCIO |
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Observando o quadro acima, os restaurantes(pizzarias,etc), por exemplo, tiveram suas atividades praticamente interrompidas do dia 18 de março até 8 de junho, sendo autorizado apenas entregas delivery e atendimento na porta . Ao todo, são 25 empresas atingidas, amargando uma queda de cerca de 80% nos negócios. Esta queda provocou uma demissão em massa em seu quadro de funcionários. Além de restaurantes, a lista inclui padarias,lanchonetes, pizzarias e fastfoods.
Mais recentemente, com a implantação do Toque de recolher a partir do dia 22 de junho, restringiu-se também a entrega de comida pronta via delivery.
De acordo com os empresários Soraia Carvalho e Alexandre Braga, donos do restaurante Tempero do Chef, houve uma queda de 70% no movimento: "Tivemos que demitir oito funcionários de nosso quadro. Fomos muito prejudicados e acredito que a grande maioria de nós desse ramo. Estamos todos devendo , com contas pra pagar" desabafam.
Ao limitar o horário de atendimento com o Toque de recolher, os estabelecimentos que vendem comida pronta ficaram praticamente impedidos de comercializar seus produtos no período noturno.
Esta semana um grupo de 25 empresários do setor protocolaram um requerimento pedindo mudanças no decreto 141, de 6 de julho. No documento, eles alegam que as recentes proibições do funcionamento a partir das 21h estão trazendo sérios prejuízos, levando muitos deles a fecharem suas portas. Eles pedem que seja permitido a entrega via Delivey de produtos alimentícios até as 23h.
Eles sugerem que seja feito um cadastro dos profissionais(entregadores e funcionários) como forma de controlar o serviço de entrega, sem com isso, contravir o Toque de Recolher.
O requerimento é assinado pelo procurador do grupo de empresários, o advogado Carlos Eduardo Borges Pereira.
" - O ponto positivo é que podendo montar o buffet. O cliente que não gosta ou já está cansado de marmita pode escolher os pratos que desejar. Então assim, temos uma grande chance de sobressair nessa crise , conseguindo pagar o mínimo das despesas, matéria prima e funcionários. "
"O ponto negativo : O DELIVERY NÃO ESTÁ funcionando. De acordo com os últimos decretos , esse horário até as 21:00 não dá prazo nem de pegar o mínimo de pedidos. Portanto fomos muito prejudicados e acredito que a grande maioria de nós desse ramo. O que pedimos é aumentar o horário do delivery da noite para as 23:00, para que possamos trabalhar com tranquilidade. E para o dia , ir dando mais flexibilidade de espaço para o almoço. Com todos os cuidados que tomamos de higienização acredito que representamos bem menos riso de contagio do que um supermercado , fila de banco e filas lotéricas."
Soraia Carvalho e Alexandre Braga Restaurante Tempero do Chef
" Nosso estabelecimento empregava 16 funcionários com carteira assinada, mais 6 free lancer pra sexta e sábado. Dos 16, hoje tem apenas 4. Nosso necessidade do momento é apenas estender esse horário de delivery. Não estamos pedindo pra abrir o comércio, e nem para vender bebida alcoólica. Pedimos o mínimo."
Carlos Eduardo
Imperius(restaurante e Casa noturna)
Hoje, 90% dos leitos de UTI já estão ocupados, e o único plano B à vista depende da conclusão de projetos em andamento e que devem ampliar a oferta desse tipo de atendimento. O Jornal Daqui conversou com a superintendente regional da saúde, Noemi Portilho. Na entrevista, ela fala da situação atual na chamada região noroeste, e das medidas em curso. Veja:
Nós somos uma macrorregião composta por 33 municípios, se estendendo de Santa Rosa da Serra até o município de Formoso, no norte de Minas, próximo à divisa com a Bahia. Em sua maioria são municípios de baixa densidade populacional, mas que somados, alcançam um universo de 700 mil habitantes. E toda essa população depende, nos serviços de alta complexidade, principalmente de Leitos de UTI de Patos de Minas. Os únicos municípios que dispõem de Leitos hoje são Patos de Minas, através do Hospital regional Antônio Dias, com 19 leitos de UTI, e do Hospital São Lucas, também conveniado com o SUS, que dispõe de 30 leitos de UTI. Além destes, o Hospital de Paracatu, com 8 Leitos. Estes são os leitos que dispomos hoje. Para atendimento da Covid-19, só temos 10 leitos no hospital regional e 1 leito em paracatu. Ou seja, para atender a esta população de 700 mil habitantes, só dispomos de 11 leitos de UTI
Para atendimento geral, a taxa de ocupação é de 90%. Já em relação às vagas de leitos para atendimento exclusivo para a Covid-19, nossa taxa de ocupação hoje é de 40 a 50%(dados do dia 1 de junho. nesta semana a taxa de ocupação já alcança 90% da capacidade). A nossa sorte é que até o momento, os pacientes contaminados vem apresentando quadros de leve a moderado. Não estamos registrando um grande número de casos graves, como temos visto em outras regiões. As previsões, no entanto, apontam para um aumento desses casos. Por essa razão, estamos trabalhando para ampliar a oferta de Leitos de UTI na nossa região. Como iniciativas que merecem destaque podemos citar a cidade São Gotardo, por exemplo, que está trabalhando para implantar 10 leitos. E ainda, 10 leitos em João Pinheiro, e mais 10 leitos em Unaí.
Em relação a estes projetos ainda não há uma previsão de quando estes leitos estarão disponíveis, correto?
Tudo em processo de compra. Mas estamos esperançosos que sejam concluídos o mais rápido possível. Gostaria de citar também que a Santa Casa de Carmo do Paranaíba está tentando montar alguns leitos de UTI. Nossa expectativa é que até junho, alguns destes leitos já estejam prontos.
Mas hoje, a oferta de leitos é muito restrita, não?
Hoje, nós só podemos contar com 11 leitos de UTI, pra toda essa região.
Dada a interdependência das cidades que compõem esta macrorregião, os moradores de São Gotardo estão no mesmo barco, ao lado de centenas de milhares de moradores das outras cidades. Sendo assim, o que ocorre lá, nos afeta aqui. Há uma política de uniformização das medidas de controle da disseminação do vírus?
Cada chefe do executivo municipal tem autonomia sobre sua cidade. Porém, o programa 'Minas consciente' estipula alguns parâmetros, como em relação à reabertura do comércio, por exemplo. Nós fizemos uma reunião com os prefeitos, a cerca de duas semanas, exatamente para discutir a necessidade de adesão ao programa estadual. Ele não é imposto, o prefeito pode ou não aderir. Nossa posição é que haja uma uniformidade de todos os municípios na aplicação dos protocolos deste programa. Apesar de terem autonomia, todos dependem assistencialmente um dos outros.
Apesar dos números oficiais indicarem que temos uma situação de certa maneira confortável em nossa região, a gente sabe que o número de casos reais pode ser até 7 vezes maior, ou mais. Precisamos estar alertas. Se ocorrer um aumento no número de casos graves nós não temos estrutura hospitalar para atender.
Nosso plano B são estes leitos que estão em fase de implantação nas cidades que mencionei a pouco. Este é o nosso plano B.
Sim. Estamos correndo contra o tempo.
Hoje estamos com uma segurança um pouco maior, pois com a entrada da UFV na execução de testes de laboratório, estamos tendo uma maior agilidade nos resultados. Isso foi muito bom, porque está nos ajudando a monitorar os casos com maior rapidez. Com 24h, já temos o resultado.
Nós temos um protocolo pra seguir. Hoje estamos priorizando alguns grupos específicos, como o de idosos, profissionais da saúde e da segurança e pacientes sintomáticos.
Quando tivermos uma situação mais controlada, aí sim, poderemos ampliar o número de testes.
Hoje, 90% dos leitos de UTI já estão ocupados, e o único plano B à vista depende da conclusão de projetos em andamento e que devem ampliar a oferta desse tipo de atendimento. O Jornal Daqui conversou com a superintendente regional da saúde, Noemi Portilho. Na entrevista, ela fala da situação atual na chamada região noroeste, e das medidas em curso. Veja:
Nós somos uma macrorregião composta por 33 municípios, se estendendo de Santa Rosa da Serra até o município de Formoso, no norte de Minas, próximo à divisa com a Bahia. Em sua maioria são municípios de baixa densidade populacional, mas que somados, alcançam um universo de 700 mil habitantes. E toda essa população depende, nos serviços de alta complexidade, principalmente de Leitos de UTI de Patos de Minas. Os únicos municípios que dispõem de Leitos hoje são Patos de Minas, através do Hospital regional Antônio Dias, com 19 leitos de UTI, e do Hospital São Lucas, também conveniado com o SUS, que dispõe de 30 leitos de UTI. Além destes, o Hospital de Paracatu, com 8 Leitos. Estes são os leitos que dispomos hoje. Para atendimento da Covid-19, só temos 10 leitos no hospital regional e 1 leito em paracatu. Ou seja, para atender a esta população de 700 mil habitantes, só dispomos de 11 leitos de UTI
Para atendimento geral, a taxa de ocupação é de 90%. Já em relação às vagas de leitos para atendimento exclusivo para a Covid-19, nossa taxa de ocupação hoje é de 40 a 50%(dados do dia 1 de junho. nesta semana a taxa de ocupação já alcança 90% da capacidade). A nossa sorte é que até o momento, os pacientes contaminados vem apresentando quadros de leve a moderado. Não estamos registrando um grande número de casos graves, como temos visto em outras regiões. As previsões, no entanto, apontam para um aumento desses casos. Por essa razão, estamos trabalhando para ampliar a oferta de Leitos de UTI na nossa região. Como iniciativas que merecem destaque podemos citar a cidade São Gotardo, por exemplo, que está trabalhando para implantar 10 leitos. E ainda, 10 leitos em João Pinheiro, e mais 10 leitos em Unaí.
Em relação a estes projetos ainda não há uma previsão de quando estes leitos estarão disponíveis, correto?
Tudo em processo de compra. Mas estamos esperançosos que sejam concluídos o mais rápido possível. Gostaria de citar também que a Santa Casa de Carmo do Paranaíba está tentando montar alguns leitos de UTI. Nossa expectativa é que até junho, alguns destes leitos já estejam prontos.
Mas hoje, a oferta de leitos é muito restrita, não?
Hoje, nós só podemos contar com 11 leitos de UTI, pra toda essa região.
Dada a interdependência das cidades que compõem esta macrorregião, os moradores de São Gotardo estão no mesmo barco, ao lado de centenas de milhares de moradores das outras cidades. Sendo assim, o que ocorre lá, nos afeta aqui. Há uma política de uniformização das medidas de controle da disseminação do vírus?
Cada chefe do executivo municipal tem autonomia sobre sua cidade. Porém, o programa 'Minas consciente' estipula alguns parâmetros, como em relação à reabertura do comércio, por exemplo. Nós fizemos uma reunião com os prefeitos, a cerca de duas semanas, exatamente para discutir a necessidade de adesão ao programa estadual. Ele não é imposto, o prefeito pode ou não aderir. Nossa posição é que haja uma uniformidade de todos os municípios na aplicação dos protocolos deste programa. Apesar de terem autonomia, todos dependem assistencialmente um dos outros.
Apesar dos números oficiais indicarem que temos uma situação de certa maneira confortável em nossa região, a gente sabe que o número de casos reais pode ser até 7 vezes maior, ou mais. Precisamos estar alertas. Se ocorrer um aumento no número de casos graves nós não temos estrutura hospitalar para atender.
Nosso plano B são estes leitos que estão em fase de implantação nas cidades que mencionei a pouco. Este é o nosso plano B.
Sim. Estamos correndo contra o tempo.
Hoje estamos com uma segurança um pouco maior, pois com a entrada da UFV na execução de testes de laboratório, estamos tendo uma maior agilidade nos resultados. Isso foi muito bom, porque está nos ajudando a monitorar os casos com maior rapidez. Com 24h, já temos o resultado.
Nós temos um protocolo pra seguir. Hoje estamos priorizando alguns grupos específicos, como o de idosos, profissionais da saúde e da segurança e pacientes sintomáticos.
Quando tivermos uma situação mais controlada, aí sim, poderemos ampliar o número de testes.
No carro sozinho, não é necessário uso de máscara; equipamento é obrigatório se outra pessoa estiver junto.
Se for necessário sair de carro devo conduzir de máscara, com os vidros abertos ou fechados com ar-condicionado ligado? Se estiver com as janelas abertas e passar por uma aglomeração, devo fechá-las?
Infectologista do Hospital das Clínicas da USP e do Hospital do Servidor Público Estadual, Thais Guimarães afirma que, se a pessoa estiver sozinha no carro, pode conduzir com as janelas abertas ou fechadas, e não precisa de máscara.
Se houver outra pessoa no carro, o ideal é que o motorista porte máscara e deixe os vidros abertos para maior circulação do ar.
Se a pessoa estiver sozinha no carro ao passar por aglomeração, o ideal é que esteja de vidro fechado. Se tiver outra pessoa junto, a regra é a mesma acima, de manter os vidros abertos para circulação de ar.
A médica ressalta que o tempo de passagem próximo à aglomeração irá interferir também. Se for apenas breve, não devem existir maiores riscos. (Ana Bottallo)
Em São Gotardo menosprezou-se o risco - iminente - de contaminação pela COVID-19. Por pressão dos comerciantes, que ignoraram todos os alertas, as autoridades públicas decretaram o relaxamento das medidas restritivas do Isolamento social. Esta decisão não levou em conta o que já é sabido de todos: qualquer medida tomada hoje demora pelo menos 15 dias para ter efeitos observáveis e, quando revertida, demora mais 15 dias para que os efeitos da reversão sejam sentidos na prática. Este efeito de retardo, somado à demora nos diagnósticos dos testes de casos suspeitos nos leva a algumas conclusões:
Diante destas constatações não resta outra alternativa senão, endurecer as regras do confinamento social, o mais rápido possível.
As farmácias, em pesquisa realizada ontem, não dispõem em seus estoques do equipamento de proteção. Não há outra alternativa portanto, que não, as máscaras caseiras. Diante da enorme procura, seria recomendável uma ação no sentido de se incentivar, através de parceria com fábricas de confecção e costureiras, um programa de produção em larga escala, facilitando ao máximo de pessoas o acesso à este importante dispositivo de proteção. Ainda mais se levamos em conta que o produto está em falta no mercado.
Com o avanço da pandemia ficamos sabendo que as altas taxas de infecção têm a ver com a transmissão do vírus por portadores assintomáticos. Mesmo que a pessoa não espirre, pode haver ejeção do agente infeccioso pela respiração e sua deposição sobre superfícies.
Não é tanto para evitar a inspiração de vírus no ar que as máscaras têm mais serventia, mas para diminuir a veiculação de gotículas diminutas contendo o CoV-2 expelidas por contaminados sem sintomas.
O dispositivo não elimina a necessidade do isolamento social e da higiene das mãos, mas seu uso por grande contingente da população traria um reforço na luta contra a Covid-19.
Os consumidores estão vulneráveis neste momento de crise. Esta e outras considerações fundamentam os dois ofícios encaminhados às empresas COPASA e CEMIG, onde se recomenda "suspender, imediata e preventivamente, enquanto perdurar a situação de pandemia, as ordens de serviço de cortes ao abastecimento de água e energia elétrica dos usuários, independentemente do motivo, objetivando a proteção da vida, saúde e segurança da população mineira, dos riscos de contágio da doença."
O Ministério Público recomenda também que as empresas garantam o acesso à água e energia elétrica, como medida indispensável para as famílias ficarem em casa e adotarem as boas práticas de prevenção da doença.
Os dois ofícios encaminhados à COPASA E CEMIG são assinados pela promotora de justiça da comarca de São Gotardo, thaiza Goulart Soares Machado.
Nosso inimigo comum se chama COVID-19, e é muito poderoso, mais que imaginamos.
O que você pode fazer? Vamos produzir máscaras em São Gotardo? Auxiliar com informações e apoio os mais vulneráveis?
Há muito o que fazer.
Duas iniciativas de empresas e empresários vão nessa direção. Estão preocupados em salvar vidas... a minha a sua...
As cidades brasileiras se preparam e se reorganizam para conter ou minimizar os impactos de um surto epidêmico da COVID-19. Além das medidas assessórias para o enfrentamento, é no setor de saúde, por estar na linha de frente nesta guerra, que se concentra as principais ações de combate.
Conversamos com a Secretária Municipal de Saúde, Leandra Costa, sobre as medidas e preparativos em curso. Além das adaptações e reestruturação do sistema de atendimento, foram abordados nesta entrevista temas relacionados, como o Isolamento Social, Testes e Grupos de risco. Veja:
1- O isolamento social é o mais recomendado neste momento, correto?
O isolamento social se faz necessário para prevenir a propagação do novo Coronavírus (COVID-19) e com isso diminuir o número de pessoas infectadas, achatando a curva de crescimento de novos casos. O afastamento/isolamento social é apenas uma das medidas na tentativa de controle do avanço do vírus e deve ser acompanhada das demais medidas de higiene e limpeza. É difícil determinar o tempo de isolamento social necessário para a quebra total desde ciclo.
Apenas parte da população tem seguido à risca as recomendações de restrição social e medidas de higiene e limpeza, este comportamento dentro de algum tempo demonstrará a necessidade de medidas restritivas mais severas ou não.
Os serviços de saúde de caráter eletivo foram todos suspensos até o momento com exceção apenas ao atendimento das consultas de gestantes. No que se refere ao atendimento de partos e cirurgias de urgência, esses serviços ainda permanecem. Já o tratamento fora de domicilio (TFD) permanece apenas os casos oncológicos, hemodiálise e cirurgias de alta complexidade relacionadas a cardiologia. Lembrando que estamos num momento de reduzir ao máximo o contato social para interromper a transmissão do Coronavírus.
No momento o município possui materiais e insumos para disponibilizar para os profissionais de saúde conforme nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 04/2020 publicado em 30 de janeiro de 2020 e atualizada em 31 de março de 2020, sobre as orientações para os serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). As medidas preventivas para evitar a contaminação consiste nas recomendações de isolamento social voluntário, assepsia e medidas de higiene e limpeza, bem como a etiqueta da tosse (tossir no antebraço, utilizar somente lenços descartáveis, não tossir ou espirra nas mãos...).
Como os idosos são considerados grupo de risco para transmissão do COVID-19 cabe a família e aos responsáveis os cuidados de prevenção e a manutenção do isolamento social. Foi orientado ao Lar de Idosos a interrupção de visitação e a intensificação das medidas de higiene e distanciamento entre os idosos.
Em relação aos laboratórios particulares até na data do dia 31/03/2020 havia apenas 04 laboratórios credenciados pelo Ministério da Saúde para realização de exame, sendo eles: Hermes Pardini, Fleury (SP), Álvaro (BH) e Simile.
A dificuldade de testagem em todos os pacientes sintomáticos impossibilita identificação real do número de contaminados pelo Coronavírus, apesar disso, todo paciente sintomático tem sido tratado como potencial portador do vírus e mantido em isolamento social.
população de São Gotardo, conforme estimativa do IBGE é de 35.469 habitantes. Se considerarmos a média dos demais países de 2,6 leitos de UTI a cada 10.000 habitantes,o município precisaria em média de 09 leitos. No entanto a expectativa é a adequação para 06 leitos de UTI para atender os usuários do SUS.
O município conta no momento com apenas 02 ventiladores pulmonares, sendo 01 instalado no pronto atendimento e o outro portátil no Hospital Municipal. Entretanto, o município está fazendo as adequações necessárias para a ampliação da aquisição desses equipamentos.
O teste rápido é indicado apenas entre o sétimo e décimo dia do início dos sintomas, como febre e tosse. Não é recomendado para uso em toda a população, uma vez que não se consegue diagnosticar o início da doença. No entanto o MS irá disponibilizar testes rápidos para os municípios para serem utilizados apenas em profissionais que atuam na área da saúde e segurança pública que estejam com sintomas de COVID-19.
Enquanto no mundo inteiro fecham-se as portas como medida preventiva, em São Gotardo ocorre o contrário. Hoje, 2 de abril, andando pelas ruas da cidade, a sensação é de que estamos vivendo dias normais, sem risco algum de contaminação. Como não há nenhum caso confirmado, paira no ar um clima de incertezas e dúvidas, o que vem justificando em certa medida a reabertura do comércio.
Ninguém sabe, por enquanto, se a Covid-19 já está circulando por aqui, ou não. A demora no resultado dos testes de casos suspeitos alimenta esse clima de incerteza. Outra razão são os ataques do presidente da república ao Isolamento social, criando um falso dilema entre saúde e economia.
Diante de tudo isso, a pressão dos comerciantes vem sendo percebida como algo aceitável. Esta pressão conta ainda com confusões e leniência nas decisões do que pode e o que não pode. Está-se batendo cabeça neste momento.
Uma medida mais enérgica para voltar a impor o Isolamento social vai ficando assim, mais complicada de se colocar em prática.
Como estamos diante de um inimigo invisível, a melhor postura seria a precaução. Estamos em um momento muito delicado, o que deve perdurar até o fim deste mês, no mínimo.
Há duas situações possíveis: 1 - o vírus já está em fase de contágio comunitário no município de São Gotardo, circulando livremente, sendo transmitido de pessoa a pessoa. Já se sabe que ele tem alto poder transmissão exatamente naquela fase em que os sintomas ainda não se manifestaram. Neste caso, e com pessoas circulando livremente, podemos estar diante de uma escalada no número de infectados, o que é muito grave. 2 - o vírus ainda não chegou por aqui, e ainda está sendo aguardado. Pode ser hoje ou amanhã. Mas que vai chegar, ninguém duvida. Neste caso, mais ainda, devemos nos preparar, obedecendo ao mais recomendável: o mínimo de contato entre as pessoas.
Estamos, diga-se, diante do pior inimigo, aquele que não podemos ver. Com o retorno à "normalidade" dobra-se a aposta. Os comerciantes que reabriram as portas, e todos aqueles que se negam a reconhecer a gravidade da situação estão brincando com a sorte.