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    José Eugênio Rocha

    José Eugênio Rocha

    Quem não aprecia um bom Queijo mineiro? Fabricado artesanalmente, o produto é comercializado na maioria dos supermercados da cidade, atendendo a uma ampla gama de consumidores. Apesar desta supremacia inegável no gosto popular, sua produção passa à margem de fiscalizações ou inspeção sanitária. Isso se deve a vários fatores, sendo o principal deles, o longo e penoso processo burocrático para regulamentá-lo, e assim, dar a ele o merecido status de produto nobre que é.

    O processo de fabricação do Queijo mineiro, e de tantos outros produtos de origem animal, convive com a ineficiência do Estado, que não disponibiliza um sistema regulatório facilitado para atender às demandas e necessidades desta cadeia produtiva. Até então, o sistema de regulação e inspeção ou é Federal ou Estadual, burocráticos e distantes demais do município, onde estão instalados. Como prova disso, segue na clandestinidade a grande maioria das fábricas artesanais de produtos de origem animal, também por causa das exigências de controle de processo e o nível agressivo com o qual a fiscalização atua. A legislação brasileira possui muitos entraves que dificultam a regularização dos pequenos, bem como não considera aspectos culturais relacionados ao fazer artesanal.

    Perde o consumidor, que não dispõe de garantias de qualidade do produto que consome; e perde também o fabricante, incapacitado de crescer, e inclusive comercializar seu produto em outros municípios.

    SIM - Sistema de Inspeção Municipal

    queijo entrevista

    Com o propósito de romper este ciclo vicioso e alavancar esta importante cadeia produtiva, está em curso a criação em São Gotardo de um sistema municipalizado de regulamentação , o SIM, Sistema de Inspeção Municipal. Para falar sobre o assunto, o Jornal Daqui conversou com o Secretário Municipal de agricultura, Pecuária e Meio ambiente, Dener Castro(foto ). Como ele informa, um dos eixos centrais deste processo leva em conta a necessidade de ampliar o mercado de consumo, oferecendo ao produtor a possibilidade de comercializar seu produto em outros municípios. Com este objetivo foi criado um consórcio na AMAPAR, uma associação que reune 17 municípios da região. "A partir do momento que cada um deles regularize seu próprio Sistema de Inspeção, em equivalência com os demais, será possível criar uma Área de livre comércio." Concluído este processo, que já está em andamento, um produtor de queijo de São Gotardo, por exemplo, poderá vender seu produto em Patos de Minas ou em qualquer um outro dos 17 municípios do consórcio. Em uma segunda etapa, ressalta Dener, também já em negociação, este Selo municipal de Inspeção seria aceito em todo o território nacional: "Com isso, todo empreendimento que estiver registrado no sistema Municipal, vai estar autorizado a comercializar seu produto em todo o país." Entenda-se por produto, todo aquele que é de origem animal, não apenas o Queijo, mas o leite, embutidos, doces, mel, criação e abate de frango caipira,etc. É uma extensa cadeia produtiva que pode ser beneficiada, alavancando novos negócios e empreendimentos, agregando valor, e também gerando mais receita e emprego.

    Ao ser regulamentado pelo próprio município, o SIM rompe barreiras até então intransponíveis. Tudo deve ficar mais simples e fácil, com ganhos tanto para o produtor como para o consumidor.

    SIM está em análise na Câmara Municipal

    Se por um lado, este projeto de criação de um Sistema de Inspeção Municipal traz em sua origem o poder de alavancar ganhos expressivos com a profissionalização e regulamentação da cadeia produtiva de produtos de origem animal, por outro, ele traz armadilhas, com potencial, inclusive, de inviabilizar todo o processo, jogando por terra uma grande oportunidade de avançar em setor imprescindível para o desenvolvimento social. A primeira destas armadilhas é a incidência de novos impostos. A carga tributária já é pesada demais para quem produz e pra quem comercializa.

    Outra emboscada estaria em 'obrigar' o pequeno produtor a se industrializar, o que representaria um desvirtuamento completo da ideia original do projeto. Imagine, por exemplo, um pequeno produtor que uma vez por semana, venha até a cidade vender duas dúzias de ovos caipira. Ele não deve ser alvo de inspeção, sob o risco de penalizá-lo injustamente.

    Para fugir de armadilhas como estas, o melhor caminho é o do meio, da parcimônia, lapidando os excessos, sempre com vistas naquilo que pode ser me-lhorado, evitando o que pode ser prejudicado des-necessariamente.

    A implantação do Sistema de Inspeção Municipal depende da aprovação pelo Poder Legislativo de uma lei específica. O projeto de Lei encontra-se, no atual momento, em estudo nas Comissões. Dada sua complexidade, vai demandar um tempo para que os parlamentares analisem e discutam cada um de seus artigos. A expectativa é que nos próximos meses se chegue a um consenso, e em seguida, seja levado a plenário para votação.

    Na próxima edição do Jornal, vamos abordar o conteúdo deste projeto de Lei, que entre outros tópicos, trata das condições físicas e do processo de produção do queijo e de outros produtos de origem animal.

    Queijo de leite cru, ou de leite pasteurizado?

    No caso específico do queijo, é preciso garantir aspectos culturais de longa tradição. A criação de normas para sua produção deve preservar esses aspectos, em especial aqueles que distinguem como sua identidade peculiar o famoso 'queijo mineiro', produzido artesanalmente, e utilizando leite cru.

    A burocrática legislação federal olha para a produção artesanal querendo que ela se industrialize. Essa exigência de controle de processo e o nível agressivo com o qual a fiscalização atua faz com que as pessoas fiquem na clandestinidade.

    Uma das principais polêmicas que rondam as leis dos queijos artesanais diz respeito ao leite cru, ainda que estudos científicos comprovem que a maturação elimina ou reduz a proliferação de microrganismos. A pasteurização é um processo recente, tem 150 anos, e a humanidade consome queijos de leite cru há dois mil anos.

     

     

     

    Os animais sempre foram vítimas da violência humana. O que escandaliza nisso tudo é saber que selvageria habita, não os matos e florestas, mas as cidades. Um bom exemplo desse instinto predatório e destrutivo tem como vítimas preferenciais os denominados Pets, os animais domesticados. Cães e gatos, principalmente, convivem diariamente com essa face nefasta de espécimes da raça humana. Abandonados pelas ruas, são animais desprotegidos, vítimas desse descaso e violência.

    Felizmente, tem crescido em intensidade um movimento reverso, mobilizando mais e mais pessoas pela causa da Proteção animal. Ainda assim, há motivos de sobra para nos surpreendermos com a iniciativa das seis crianças que resolveram, por vontade própria, dar sua contribuição nessa luta.

    Munidos de cartazes, foram às ruas pedir dinheiro para contribuir com uma das instituições de proteção animal, a Aspa. Arrecadaram R$180,00 com a campanha. Registramos aqui os nomes desses valorosos amigos dos animais: Maria Victória Melo Cardoso Silva, Rychard Pablo Gonçalves de Melo, Tauane , João Pedro, Maria Gabriela e Paulo Ricardo.

    Sábado, 21 Agosto 2021 14:02

    Escolas municipais retornam às aulas

    A primeira semana de agosto marca, após um ano e meio de paralisação, o reinicio das aulas nas escolas públicas municipais. Aquém das expectativas, foi um retorno tímido,indicando uma ainda baixa adesão dos pais de alunos. Em visita à uma das escolas, a Professor Balena, verificamos que os motivos de uma temeridade quanto a riscos de infecção não se justifica.

    Ao contrário da ampla flexibilização observada em outros setores como comércio e serviços, os centros de ensino estão sendo muito rigorosos na aplicação de medidas restritivas. Eles estão seguindo a rigor todas as normas de prevenção.

    De acordo com a diretora da Escola Balena, Flávia Pereira(foto abaixo) as salas foram adaptadas para receber apenas a metade dos alunos, com aulas em dois dias da semana. Das nove carteiras disponíveis por sala, nesses primeiros dias de aula, só cinco estão sendo ocupadas. Como ela ressaltou, há uma extensa lista de medidas preventivas, a começar pela troca de máscaras durante o turno escolar, o uso de álcool gel e a ausência de intervalo de recreio; O lanche é servido dentro da sala de aula.

    O retorno às aulas presenciais é lento e gradual. Primeiro, as instituições de ensino privadas, agora, as públicas municipais, e a partir da próxima segunda, dia 9, as estaduais, incluindo nessa terceira leva, a faculdade Cesg.

    O revezamento das turmas também é um fator que ajuda a reduzir os riscos de infecção. Segundo os pesquisadores, o rodízio de alunos não apenas ajuda a garantir o distanciamento físico mas também reduz as chances de alguém contaminado expor o restante dos colegas.

    O monitoramento de casos suspeitos também reduz significativamente os riscos. A eficácia da medida depende da colaboração de todas as famílias, já que o rastreamento envolve também as ocorrências confirmadas e suspeitas de familiares dos alunos.

    Se a comunidade estiver bem orientada e consciente do seu papel, é possível reduzir os riscos. Uma criança assintomática, que conviveu com um familiar com caso positivo ou suspeito, deve ficar em casa.

    aulas01Flávia Pereira - diretora da Escola municipal Professor Balena

     

    Quinta, 19 Agosto 2021 22:00

    Escolas municipais retornam às aulas

    A primeira semana de agosto marca, após um ano e meio de paralisação, o reinicio das aulas nas escolas públicas municipais. Aquém das expectativas, foi um retorno tímido,indicando uma ainda baixa adesão dos pais de alunos. Em visita à uma das escolas, a Professor Balena, verificamos que os motivos de uma temeridade quanto a riscos de infecção não se justifica.

    Ao contrário da ampla flexibilização observada em outros setores como comércio e serviços, os centros de ensino estão sendo muito rigorosos na aplicação de medidas restritivas. Eles estão seguindo a rigor todas as normas de prevenção.

    De acordo com a diretora da Escola Balena, Flávia Pereira(foto abaixo) as salas foram adaptadas para receber apenas a metade dos alunos, com aulas em dois dias da semana. Das nove carteiras disponíveis por sala, nesses primeiros dias de aula, só cinco estão sendo ocupadas. Como ela ressaltou, há uma extensa lista de medidas preventivas, a começar pela troca de máscaras durante o turno escolar, o uso de álcool gel e a ausência de intervalo de recreio; O lanche é servido dentro da sala de aula.

    O retorno às aulas presenciais é lento e gradual. Primeiro, as instituições de ensino privadas, agora, as públicas municipais, e a partir da próxima segunda, dia 9, as estaduais, incluindo nessa terceira leva, a faculdade Cesg.

    O revezamento das turmas também é um fator que ajuda a reduzir os riscos de infecção. Segundo os pesquisadores, o rodízio de alunos não apenas ajuda a garantir o distanciamento físico mas também reduz as chances de alguém contaminado expor o restante dos colegas.

    O monitoramento de casos suspeitos também reduz significativamente os riscos. A eficácia da medida depende da colaboração de todas as famílias, já que o rastreamento envolve também as ocorrências confirmadas e suspeitas de familiares dos alunos.

    Se a comunidade estiver bem orientada e consciente do seu papel, é possível reduzir os riscos. Uma criança assintomática, que conviveu com um familiar com caso positivo ou suspeito, deve ficar em casa.

    aulas01Flávia Pereira - diretora da Escola municipal Professor Balena

     

    Ao contrário das medidas de relaxamento autorizadas pela Onda amarela, os indicadores em São Gotardo, tanto em relação ao número de casos positivos, como da ocupação dos Leitos de UTI, indicam que a curva se mantém estável, mas que ainda inspira cautela.

    Para atender à esta mudança, foi publicado um decreto municipal autorizando a reabertura das Escolas de Educação infantil, do 1º ao 9º ano, nas redes públicas e privadas.

    Contudo, num primeiro momento, apenas as Escolas Particulares foram autorizadas a funcionar. De acordo com o Decreto, essa restrição se justifica pelo fato dessas escolas não utilizarem transporte escolar, e também pela quantidade reduzida de alunos, se comparadas às Escolas públicas. Há que se considerar ainda que, pelo menos em tese, as famílias dos alunos, dispõem de mais recursos e condições de controle e adequação às medidas de segurança.

    Porém, como medida de segurança, o decreto estabelece que os centros de ensino deverão seguir rigorosamente os protocolos de segurança, como distanciamento mínimo entre alunos, uso de máscaras e álcool gel.

     

    O retorno às aulas

    Pela primeira vez, desde o início da pandemia em março do ano passado, alunos retornam às salas de aula. Ainda que restrito neste momento, é o primeiro passo rumo à normalidade.

    Em conversa com o Jornal, o diretor do Colégio Dimensão, uma das três escolas particulares da cidade, José Lúcio Pompeu de Campos, informou que as aulas presenciais vão até meados deste mês, retornando no início de agosto. As expectativas, portanto, é que só a partir do próximo mês, a adesão alcance a totalidade dos alunos. Neste primeiro momento ela gira em torno de 60%. "Optamos por iniciar de forma gradativa com as classes do Infantil e Fundamental 1, e a partir de agosto vamos ampliando, com o Fundamental 2, e assim que for aprovado, com o ensino médio também." explica ele. De acordo com o diretor, tanto os pais de alunos como a escola estão muito otimistas com este retorno às aulas: "Alguns pais preferiram mandar seus filhos em agosto, já que teremos 15 dias de recesso em julho. Sabemos, e respeitamos a decisão final fica a critério da família. Estamos seguindo todos os cuidados e protocolos de segurança, evitando por exemplo, aglomerações na chegada e saída dos alunos, e claro, o distanciamento entre eles na sala de aula." conclui Pompeu.

    As aulas presenciais são complementadas com o chamado ensino a distância, pela Internet. Como foi divulgado no Decreto municipal, a partir de agosto, não havendo uma piora dos dados epidemiológicos, as escolas públicas municipais e estaduais devem também retornar com aulas presenciais.

    alunos01

     

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    Reconhecida nacional e internacionalmente, a artista plástica e arquiteta Janaína Mello, que é natural de São Gotardo, retorna com sua série de Ciclotramas. Seu mais novo trabalho pode ser visitado na Praça adolpf Block, no Jardim Paulista - São Paulo.
    Suas obras transitam por diversas escalas – do objeto ao espaço público – e procuram se oferecer ao espectador como um lugar de relações rítmicas, explorando as diferentes facetas das nossas próprias trajetórias pessoais.

    Com as Ciclotramas (palavra inventada por ela, fruto da pesquisa que desenvolve desde 2010), a ideia principal da artista é chegar a uma simplicidade essencial entre o processo de pensamento expandido e as temáticas que lhe afetam. Ela se apropria de uma linguagem mais aproximada da experiência das forças dinâmicas, da abstração matemática, das redes, da cartografia, até chegar a repetitiva essência mecânica do bordado; enfatizando a relação entre ritmo e tempo, mostrando a interconexão infinita das trajetórias individuais em um sistema, na sociedade ou no planeta. Seu trabalho transita entre diferentes escalas – do objeto aos espaços públicos.

    Aqui a Ciclotrama se agiganta pra tratar não mais do fio indivisível e singular como nos trabalhos anteriores, mas toma um distanciamento em escala e sugere a potência contida em cada fio corda num sistema muito mais amplo.

    obra01Obra anterior, também pertencente a série Ciclotramas

     

    obra02Na foto acima, a artista Janaína Mello

     

    O que era proibido, virou hábito: é hoje cena mais que comum motoristas usarem o celular enquanto dirigem. Não seria exagero arriscar uma estatística confirmando que mais da metade dos motoristas dividem a atenção entre o trânsito e a telinha do celular. A impressão que fica é que não há mais como evitar esta prática abusiva.

    Uma das razões desta transgressão no trânsito, se justifica pela quase impossibilidade de fiscalizar o que se passa no interior do veículo, o que acaba se tornando um incentivo à burla da lei. Falando em Lei, o Código de Trânsito Brasileiro classifica como infração gravíssima usar o celular enquanto dirige. A partir de novembro do ano passado, o código de trânsito sofreu reajustes e usar o celular enquanto dirige penaliza o infrator com uma multa de R$293,47 reais. Além da perda de 7 pontos na carteira de motorista. Nada disso, no entanto, inibe os transgressores da Lei.

     

    Detran-MG prorroga exigência do CRLV de 2020 para 31 de dezembro

    A decisão ocorre após o governo de Minas encaminhar um decreto de prorrogação do estado de calamidade à Assembleia Legislativa.

    O Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) prorrogou a suspensão da exigência do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), referente a 2020, até 31 de dezembro deste ano.

    A medida foi publicada no dia 26 de junho no Diário Oficial de Minas Gerais, e entra em vigor a partir do dia 1º de julho.

     

    Celular e volante, uma combinação perigosa

    Os especialistas garantem que o cérebro humano tem dificuldades de executar mais de uma atividade ao mesmo tempo, dificultando assim conseguir manter o foco necessário em ambas. Dirigir exige muita atenção, não só para não cometer erros ao conduzir, mas também para estar atento e evitar possíveis acidentes relacionados a fatores externos, como uma colisão, um animal na pista, a necessidade de desviar de última hora, entre outras.

    Ao falar ao telefone enquanto dirige ou enviar mensagens de textos, automaticamente o nível de concentração diminui e passa a ser dividido com outras tarefas, o que eleva a chance de um possível acidente.

    Para se ter ideia, desde que o celular se tornou tão popular entre as pessoas, o número de acidentes causados pela troca de mensagens enquanto dirige já ultrapassou o número de acidentes consequentes do uso do álcool.

     

     

    Quinta, 22 Julho 2021 12:41

    Qual é a população de São Gotardo?

    Havia uma expectativa de que neste ano os números finalmente seriam atualizados, mas, como foi informado pelo governo, o Censo 2021 foi adiado. A última contagem demográfica ocorreu em 2010, há mais de uma década, portanto. Saber quantos somos é uma informação que serve de base de cálculo para um infinidade de aplicações, e que dependem diretamente dos dados e informações coletadas pelo Censo. Basta citar, por exemplo, a transferência de recursos do Governo Federal e Estadual para os municípios, que é feita com base nas estatísticas do IBGE. Quanto mais gente, mais recursos. Números desatualizados, por outro lado, significa menos dinheiro para a saúde, educação, etc.

    É também com base nos dados do IBGE que se define quantas vacinas serão enviadas para o município. Ao que tudo indica, recebemos uma quantidade inferior à demanda, pois a estimativa do IBGE não contabiliza a população de migrantes que aqui reside.

    No caso de São Gotardo, esta defasagem em torno do número de habitantes que residem no município, vão ainda mais além, extrapolando as estatísticas oficiais. As razões que alimentam esta quadro de incertezas, como se sabe, se sustentam no enorme contingente dos chamados "moradores temporários", os migrantes do norte e nordeste. Mesmo não tendo residência fixa aqui, impactam diretamente na vida socioeconômica do município, em todos os aspectos.

    Somando essas duas variáveis, a não atualização dos dados oficiais e a chamada população flutuante, fica praticamente impossível responder a pergunta estampada na manchete: Qual é a população de São Gotardo?Pra não ficar de todo no escuro, os orgãos públicos e o próprio IBGE trabalham com estimativas; ainda assim, insuficientes, e no mais das vezes, arriscadas.

    Vejamos: pelas estimativas do IBGE, em 2020, São Gotardo teria 35.872 pessoas(em 2010, eram 31.819). Já a Secretaria municipal de saúde, pela própria necessidade técnica de contabilizar o número de habitantes, se baseia no número de moradores por residência, sem levar em conta a sazonalidade como variante demográfica. Com base na estimativa de 4 moradores por casa, chega-se a um total muito superior à estimativa do IBGE, de 62.924 residentes, ainda que parte deles, na condição de flutuantes. A polícia militar, por exemplo, calcula que no distrito de Guarda dos Ferreiros residam hoje em torno de 10 mil pessoas, um número bem próximo da estimativa da Secretaria municipal de saúde, que é de 11.844.

    Como a diferença entre as duas estimativas é considerável, podemos supor que a população real esteja entre uma e outra, em torno de 45 mil habitantes. É um número razoável.

     

    Na edição de setembro de 2019 o Jornal Daqui já havia alertado sobre o problema. Dizia um trecho da reportagem: "Nossas câmeras registraram também que o esgoto de bairros como o São Vicente continua sendo jogado no Córrego, correndo, inclusive, a céu aberto."

    Com base nesta reportagem publicada pelo Jornal, o Ministério Público pediu explicações à Copasa. Retornamos neste mês de junho de 2021, quase dois anos depois, ao mesmo local, e o esgoto continua sendo despejado no Córrego Confusão. O correto seria que o anunciado aumento da Taxa de esgoto só entrasse em vigor depois que o córrego principal da cidade estivesse 100% despoluído. Basta caminhar por suas margens para verificar que suas águas continuam de coloração escura.

    Além do local mencionado, nossas câmeras flagraram in loco que o ponto de escoamento da galeria pluvial que atravessa toda a Avenida Tabelião João Lopes também despeja dejetos no Córrego Confusão. Como já havia sido alertado, é necessário a construção de uma rede específica para separar esgoto e água pluvial. Esta obra havia sido anunciada pela Copasa, mas até o momento nada foi feito.

     esgoto01As águas do Córrego Confusão permanecem de coloração escura, indicando a presença de esgoto.

    Sexta, 16 Julho 2021 21:24

    Vítima da Pandemia

    "Eu sou testemunha de que é muito mais grave do que imaginam."

    O vereador Célio Martins( foto) não se enquadra em nenhum Grupo de risco, nem por isso, saiu ileso da Covid-19. Como ele mesmo disse, viu a morte de perto. Sua experiência, impressa na entrevista concedida ao Jornal Daqui, serve como exemplo para dimensionar e confirmar a gravidade da doença. Mesmo depois de uma quarentena após contrair o vírus, ele teve que ser internado novamente com falta de ar, o principal sintoma da Covid. No Hospital, precisou da ajuda de um balão de oxigênio para respirar. Veja a entrevista:

    Você é uma pessoa saudável, não? qual sua idade?

    Cada organismo responde de uma maneira diferente ao vírus. Eu, por exemplo, tenho 50 anos, não me enquadro em nenhum Grupo de risco, não tenho nenhum problema de saúde, como Diabete, Hipertensão...

    Quais foram os primeiros sintomas

    O que aconteceu foi o seguinte, primeiro foi minha esposa que contraiu o vírus. Três dias depois de ter testado positivo, o quadro foi se agravando, e ela precisou ir para a UTI. No meu caso, primeiro, comecei a sentir um calafrio no corpo, um pouco de febre. Aí eu fiquei de quarentena me recuperando. Passados 14 dias, já me sentindo bem e pensando que já estava curado, voltei ao trabalho. Dois dias depois, comecei a passar mal. Voltei ao hospital, e fiquei dois dias internado. Foi feita uma tomografia, fui medicado. Daí, recebi alta, pois já me sentia bem. No segundo dia depois que voltei pra casa, aí a coisa ficou grave. Foi o dia mais difícil da minha vida. No dia anterior, num sábado, senti um pouco de febre, usei o nebulizador , e parecia que estava bem. Na tarde de domingo, comecei a sentir febre novamente, e por volta das 18h fui perdendo o fôlego, com uma dificuldade enorme pra respirar. Aí, já não conseguia mais me levantar da cama, e fui enfraquecendo, enfraquecendo, e perdendo a visão... Minha filha ligou pro hospital e pediu uma ambulância urgente. Quando chegaram, já me colocaram no balão de oxigênio. Nessa hora, eu já não estava conseguindo mais respirar. Sinceramente, eu achei que estava morrendo, foi uma situação muito triste. Depois, conversando com o médico, ele me disse, que uma das causas que leva a óbito, é que nessa hora, se a pessoa ficar muito ansiosa, pode ter uma parada cardíaca. Então, é muito importante controlar a ansiedade nessa hora.

    Então, você voltou a ser internado...

    Sim. Me levaram novamente pro hospital, e fiquei internado por mais 8 dias, 7 deles, no balão de oxigênio.

    Depois de 8 dias internado, você recebeu alta...

    Aí, finalmente já estava melhor. Voltei pra casa, e desde então estou fazendo terapia para voltar a respirar normalmente.

    Pela sua experiência, estamos diante de uma doença grave, não?

    Eu vi de perto que a coisa é muito mais séria, e só quando você passa pela experiência que eu passei para saber. Enquanto estive internado, dois pacientes que estavam lá, vieram a óbito. Quer dizer, eu vi a morte de muito perto. A população tinha que saber o que acontece lá dentro do hospital. O esforço dos médicos e enfermeiros para salvar a vida dos pacientes é uma coisa impressionante. A noite inteira a gente via aquele movimento intenso, trocando balões de oxigênio, aplicando medicação. A gente fica muito assustado vendo aquilo.

    Sua experiência serve de alerta para aqueles que ainda ignoram a gravidade que pode ser a Covid-19, não?

    Então, o que a gente pode dizer é que as pessoas se cuidem, usem máscara, evitem aglomeração, e fique o mais isolado possível. O que aprendi, é que todo o esforço pra evitar, vale a pena. O que tem acontecido muito é a pessoa levar pra dentro de casa o vírus, e aí, contaminar toda a família. É um risco muito grande.

    Você acha que as pessoas estão se cuidando como deveria?

    Infelizmente tem muita gente que não leva a sério essa doença. Eles tinham que ver de perto o que eu vi. Eu sou testemunha que é muito mais grave do que imaginam.

    Sua esposa também passou por momentos difíceis. Como foi?

    Ela teve que ser internada na UTI por 9 dias, e mais alguns dias no quarto do hospital se recuperando. Os médicos me disseram que por muito pouco ela não precisou ser intubada. Os exames confirmaram que sofreu Embolia pulmonar. Quer dizer, ela por muito pouco não perdeu a vida.

     cidade01Célio Martins, ao lado de sua esposa.

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