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    Segunda, 03 Julho 2023 23:46

    Loteamento Cidade Nova, os desafios de um megaprojeto imobiliário

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    Loteamento Cidade Nova, os desafios de um megaprojeto imobiliário Foto: Reprodução.

    'Uma cidade dentro da cidade'. Se levamos em conta as proporções e dimensões do loteamento Cidade Nova, lançado há 3 anos atrás, não é um exagero a figura de linguagem. Com 1.500 lotes, além de área comercial, de lazer, área institucional(escola, posto de saúde...), avenidas, etc., sua estrutura é comparável à de uma cidade do porte de Tiros ou Matutina. Não é pouca coisa.

    Dos 20 novos projetos de loteamento em curso na cidade - em fase de implantação ou de conclusão – nenhum deles se propõe a tal desafio, tanto pelas dimensões como pela complexidade que envolve sua implantação. Sua localização, na saída da cidade ao lado da estrada sentido Capelinha do Abaeté, traz uma vantagem em relação aos outros loteamentos: a área é plana, sem declives, um diferencial de peso em uma cidade onde a topografia não ajuda.

    De outro lado, este ponto positivo não facilita os obstáculos inerentes à um empreendimento imobiliário desse porte, a começar, por exemplo, com a estrutura necessária para o escoamento de esgoto. Conforme estudos e orientações da Copasa, será necessário construir uma rede própria interligando o loteamento até a Estação de tratamento, a 5 km de distância. Da mesma maneira, a rede instalada nas ruas já urbanizadas não comportaria as águas pluviais, sendo necessário também uma rede própria para o seu escoamento até o córrego(ainda não sabe ao certo, qual). Além destes custos extras embutidos no projeto, outros são de praxe, como a construção de uma caixa d'agua, rede elétrica, pavimentação asfáltica e redes de água, esgoto e pluvial ao longo das ruas e avenidas do novo loteamento.

    Dada a complexidade do empreendimento, e de pendências quanto a aprovação dos órgãos reguladores e da conclusão das obras de infraestrutura, não há como determinar um prazo para a autorização de casas no local.
    Os recursos necessários para cobrir todas estas despesas, têm como fonte o dinheiro arrecadado com a venda dos lotes. Neste aspecto chama a atenção uma outra distinção do empreendimento:

    A implantação do projeto

    Assim que foram confirmadas as inscrições dos interessados passou-se à etapa seguinte, a fundação de uma cooperativa em acordo com o organograma desse modelo de associação, qual seja, uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de ordem civil, constituída para prestar serviços aos associados. Os participantes assumem a posição de cotistas. No caso, cada uma das pessoas que adquiriu um lote assume a condição de cooperado. Seguindo este modelo de organização foi eleita uma diretoria, e posteriormente a realização de assembleias, onde cada associado tem direito a voto. Assim sendo, não se trata, portanto, de um investimento privado.

    O Jornal Daqui conversou com a atual presidente da Cooperativa Habitacional, Roberta Sekita, sobre o an-damento e atual fase do projeto, Veja:

    Há lotes disponíveis para a venda? Qual o valor de um lote hoje?

    Ainda temos disponíveis lotes para a venda. Com a medida de 180 m², o valor de R$90 mil reais. São lotes remanescentes, que não foram vendidos quando o projeto foi lançado há 3 anos atrás. Temos também lotes com dimensões maiores, com 200 e 300 m², por exemplo, além de áreas comerciais, com 1000 m².

    Dos 1.500 lotes, 380 foram direcionados à famílias que pagam aluguel, correto?

    A Cooperativa foi criada ten-do em vista o déficit imobiliário, se apresentando como alternativa aos interessados em adquirir um lote. Este projeto tem também o objetivo de atender às famílias que pagam aluguel, com os chamados Lotes sociais. Para adquiri-lo, o interessado precisou apresentar um comprovante que residia em casa alugada. Para esta faixa, foram oferecidas condições mais facilitadas, tanto em relação ao valor quanto no prazo de pagamento das parcelas.

    Com relação à implantação do loteamento propriamente dita, em fase se encontra hoje o projeto Cidade Nova?

    Estamos em fase de elaboração dos projetos técnicos para posterior aprovação da Prefeitura. Já foi feita a limpeza da área. Estamos agora con-cluindo o plano altimétrico, para medição do desnível do solo, feito por um agrimensor. Concluída esta medição serão elaborados os projetos de pavimentação, canalização de água pluvial, redes de água e esgoto.

    No caso dos projetos de redes de esgoto e água, são apresentados diretamente à Copasa, correto?

    Sim, estamos aguardando a conclusão das medições de nível e desnível da área onde será implantado o loteamento para a elaboração dos pro-jetos que serão em seguida apresentados à Copasa.

    Dada a dimensão do projeto, em relação às redes de água e esgoto envolvem estruturas mais complexas. Com relação ao esgoto, por exemplo, que hoje é proibido seu despejo diretamente em córregos. Já existem estudos sobre sua canalização e destinação final?

    A Copasa já nos deu um parecer nesse sentido. Todo o esgoto do loteamento será captado e direcionado em rede própria diretamente até a Estação de Tratamento de esgoto da cidade.

    É um gasto adicional, portanto.

    Sim, esta é uma das obrigações dos responsáveis pelo empreendimento.

    Este e outros custos referentes à implantação da infraestrutura serão cobertos com a receita advinda da venda dos lotes. Ela será suficiente, ou será necessário um complemento dos proprietários dos lotes, hoje os associados da Cooperativa?

    Até o momento a gente trabalha sem a necessidade de um aumento de capital. Eventualmente, se no futuro for preciso um complemento de recursos, nós temos investimentos em uma fazenda no norte de minas, na Serra do Cabral, nós podemos contar com retorno desta fazenda para concluir toda a obra.

     

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