Olhando as notícias mais recentes percebemos que o Brasil continua descendo uma ladeira completamente desgovernado.
O desemprego continua elevado e não dá mostra de uma queda significativa. A taxa de desemprego apresenta pequenas oscilações, de caráter totalmente conjuntural, mas não há nenhum indício que será reduzido mesmo que seja a curto prazo.
A Amazônia está desaparecendo rapidamente. As informações que estão sendo divulgadas mostram um crescimento acelerado da derrubada da floresta desde o início desse ano e a ocorrência de grandes incêndios.
À reforma trabalhista de 2016 somou-se a medida provisória da liberdade econômica retirando ainda mais direitos dos trabalhadores sem que se consiga gerar um novo emprego que seja.
A taxa de juros continua elevada mesmo que apresente pequenas variações para baixo de vez em quando.
As projeções de crescimento do PIB estão igual rabo de cavalo. Só para baixo. Já se trabalha com uma variação de 0% para 2019. Eu sei que parece estranho dizer que irá variar 0%, mas é assim que os pretensos analistas de mercado pensam...
A reforma da previdência está caminhando rapidamente na Câmara dos Deputados. Foi facilmente aprovada em primeiro turno e também facilmente aprovada em segundo turno. Só não reparem ter sido aprovada de madrugada. Afinal, de madrugada todos os gatos são pardos... E não se iludam achando que há um envolvimento patriótico dos nossos representantes. Foi às custas de muito dinheiro que essa reforma foi aprovada.
A política externa brasileira é, como se diz à boca miúda, um samba do crioulo doido. O Brasil está se isolando do resto do mundo em função de uma aproximação irresponsável aos interesses norte-americanos. O acordo do Mercosul com a União Européia, tão propalado e tão festejado já foi abandonado, tanto pelos brasileiros como, principalmente, pelos países da própria União Européia. Virou um biscoito de polvilho. Muito barulho e pouca consistência.
O exército brasileiro fez uma revisão da lista de armas que nós, cidadãos comuns, poderemos comprar. Incluiu na lista armas de calibres mais pesados que eram de uso exclusivo das forças armadas. Só falta agora liberar o financiamento para coletes a prova de bala para que nós possamos sair de casa e ter uma pequena chance de voltar para ela no final do dia.
O Congresso flexibilizou o porte de arma de fogo dentro das propriedades rurais. Podemos entender que começou a temporada de caça?
Já se fala em rever a legislação que trata do trabalho escravo. Trabalhos que são, até esse momento, considerados análogos à escravidão poderão deixar de ser.
Radares móveis serão retirados das estradas com o propósito de acabar com uma pretensa indústria das multas. Dessa forma, as estradas brasileiras se tornarão terras de ninguém.
E o FEBEAPÁ continua. Pedindo licença mais uma vez a Sérgio Porto, a lista só vai crescendo. Se quisermos reduzir o impacto do crescimento econômico sobre o meio ambiente bastaria comermos menos e convencer nossos intestinos a funcionarem dia sim, dia não. Não, não foi um humorista de qualidade duvidosa que disse isso. Foi o atual presidente do Brasil.
Nesse ponto, diante desse festival de besteira que assola nosso país, cabe aqui uma pequena observação. Afinal, o que é mais importante? O que devemos discutir de fato? Essas falas absurdas, que beiram o ridículo, ou os problemas reais do nosso país? Assim como ignorar argumentos que defendem que o nosso planeta é plano e que nas beiradas a lei da gravidade não funciona, devemos ignorar essas falas absurdas do presidente do Brasil que acabam servindo de uma cortina para esconder o fato de que o atual governo não tem nenhuma proposta que consiga retirar a economia brasileira da recessão que está vivendo.
O brasileiro precisa colocar em sua pauta de discussão aquilo que realmente importa.
Desde 2015 a atividade econômica vem decaindo. Estamos passando por um grave processo de desindustrialização com um aumento brutal da desigualdade econômica. O Brasil retornou, nos últimos dois anos para o mapa da fome. O volume de investimento tanto público quanto privado está próximo de zero. As empresas, quando se deparam com crescimento de vendas, utilizam uma capacidade ociosa que beira os 50%. Ou seja, não há investimento. E, se não há investimento, não há emprego.
A grande pergunta: O que está sendo feito pela equipe econômica para reverter esse quadro assustador? A resposta é simples: NADA. Assim como a reforma trabalhista, a reforma da previdência não irá gerar uma nova etapa de crescimento.
Assim, diante disso tudo, podemos esperar mais falas absurdas do nosso comediante maior.