Começamos 2024!
Muitos podem estranhar essa afirmativa já que é óbvia. Todos nós sabemos que 2024 já começou faz tempo e podemos afirmar com certeza que muitos estão pensando em 2026.
2024 começou com boas expectativas. Ao longo do ano passado, como consequência de uma séria de medidas do atual governo, algumas questões que se tornaram grave ao longo do governo anterior se modificaram. A inflação começa a se mostrar com uma aceleração menor, o dólar perdeu valor, o preço da gasolina, óleo diesel e gás de cozinha começaram a apresentar quedas.
Boas notícias que foram se acumulando ao longo do ano passado e essas boas notícias criam expectativas mais favoráveis que atuaram sobre as decisões econômicas neste ano.
Dois conceitos são importantes para entendermos como funciona a atividade econômica: um deles, bem objetivo, são os investimentos que representam os gastos realizados para permitir o giro da economia. Gastos com contratação de pessoal, aquisição de máquinas, equipamentos, terras, investimento em tecnologia, instalações físicas, marketing e por aí vai.
O outro é bastante subjetivo que são as expectativas que os agentes econômicos criam em relação ao comportamento futuro da economia. Agentes econômicos somos todos nós. Trabalhadores, empresários, governo, etc. Os trabalhadores criam expectativas em relação às oportunidades de emprego, preços, dispêndio de seus recursos. Os empresários criam expectativas sobre a rentabilidade e lucratividade de seus gastos enquanto o governo cria expectativas em relação às demandas sociais e seus investimentos.
Investimento e expectativas andam juntas, de braços dados e me arrisco a dizer que as expectativas antecipam os investimentos. Um empresário decide criar uma empresa ou expandir uma empresa já existente se as expectativas e vendas e lucros sejam favoráveis. Por sua vez os trabalhadores criam expectativas de sucesso na obtenção de um novo emprego e de um crescimento de renda e consumo.
Agora, quando pensamos na outra perna desse tamborete, o governo, podemos entender que a ele cabe a capacidade de gerar expectativas favoráveis aos outros agentes econômicos.
Ações governamentais que tem como resultado a queda da inflação, do desemprego, da taxa de juros, estimulam os empresários e os trabalhadores a maiores gastos. Maior disponibilidade de crédito e menor taxa de juros estimulam maiores investimentos por parte das empresas e maiores gastos por parte dos indivíduos.
O empresário enxerga um ambiente favorável a um crescimento de vendas e, portanto, contrata mais mão de obra e mais matéria-prima, por exemplo. Um indivíduo se arrisca a trocar de carro, de moradia, viagens, etc.
Esse é o que de mais importante vem acontecendo na economia brasileira. As expectativas estão mudando. De um ambiente de baixo investimento e baixo crescimento estamos migrando para um outro ambiente no qual o futuro se torna menos sombrio. Recentemente acompanhamos nos jornais, por exemplo, que tanto a GM quanto a BYD, empresa chinesa de carros elétricos, pretendem investir no Brasil cerca de R$10 bilhões.
Algumas questões ainda precisam ser resolvidas como a taxa de juros que continua elevada assim como continua elevado o grau de endividamento das famílias, mas o que importa é, de fato, a mudança das expectativas.
Novos ares estão surgindo.