Sem entrar no mérito do processo jurídico, a ocupação da área próxima à lagoa do Abaeté, reportada na matéria acima, lança luzes sobre uma outra questão: a demanda sempre crescente por pequenas glebas de terra, os chamados sítios ou Chácaras.
Quem nunca sonhou em ter um pedaço de terra com casa e pomar para passar os finais de semana, ou mesmo para moradia? De preferência não muito distante da cidade e de fácil acesso. Este sonho esbarra na cultura latifundiária onde a terra é privilégio de poucos. Nem estamos falando aqui do modelo de reforma agrária onde grandes fazendas, muitas vezes improdutivas, são parceladas em pequenas glebas para acomodar interessados em viver da agricultura(como ocorreu no Padap).
Com o inchaço das cidades, observamos hoje um movimento inverso ao do passado: há uma pressão em sentido oposto, onde cada vez mais gente alimenta o desejo de aliviar o estresse longe de barulho e de vizinhança.
Nesse aspecto a Agrovila correspondeu à medida a esta pressão. Um projeto que, pelo menos em sua origem, representou um grande salto nesta direção. No entanto, seus méritos hoje, estão sob os mesmos riscos da pressão exercida pelo parcelamento desmedido. Há que se resguardar regras e ordenamento legal para que não se desvirtue de seus propósitos iniciais.
Uma propriedade rural para ser dividida em formato de condomínio de chácaras ou sítios deve obedecer a uma série de regras e leis. Como ocorre no perímetro urbano de uma cidade, o parcelamento do solo em área rural também está sujeito a critérios e ordenamentos jurídicos, justamente para evitar abusos como invasões ou mesmo ocupação de áreas de proteção ambiental ou inadequadas para a moradia.
Donos de propriedades rurais, de olho nesta demanda, vêm oferecendo pequenas glebas de terra para a instalação de Chácaras aqui no município de São Gotardo. Este crescimento em ritmo acelerado, principalmente em áreas próximas à cidade, acende um alerta para riscos e impactos negativos sob vários aspectos, tanto para os moradores, quanto para o meio ambiente e para o poder público.
Para os moradores, as chácaras irregulares podem gerar problemas como falta de infraestrutura, como saneamento básico, abastecimento de água e energia elétrica. Lembrando que a Cemig só autoriza a instalação de rede elétrica em propriedades rurais acima de dois hectares. Esta é também a dimensão mínima de área rural para escrituração em cartório. Áreas inferiores a dois hectares não podem ser registradas legalmente.
O fracionamento de propriedades rurais à margem de rios, como o Córrego Confusão por exemplo, é hoje objeto de preocupação de órgãos ambientais e do poder público. Instaladas em áreas de preservação ambiental, a disseminação de chácaras representa uma série de ameaças, como a degradação da fauna e da flora local, exaustão do lençol freático com a perfuração de poços artesianos; como se tem observado, este avanço em ritmo desordenado ignora critérios mínimos de planejamento e infraestrutura. Um exemplo disso é a ausência de projetos de saneamento básico, o que eleva os riscos de poluição do rio, hoje, principal fonte de abastecimento de água potável da cidade. Impactos semelhantes já são verificados na região do Córrego do Retiro, onde a proliferação de Chácaras avança também em ritmo desordenado.
Dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o município de São Gotardo foi o que mais cresceu na região, alcançando a marca de 40.910 habitantes.
No ano de 2010, data do último Censo, São Gotardo tinha 31.807 (trinta e um mil, oitocentos e sete habitantes), uma variação de 15,11% em relação ao ano 2000 quando a população era de 27.631 (vinte e sete mil, seiscentos e trinta e um habitantes). Na década seguinte(de 2010 a 2022), este percentual mais que dobrou, saltando 28,6% de aumento da população – três vezes maior que a média nacional. Dois fatores impactam diretamente a estatística populacional de uma cidade, estado ou país: a taxa de natalidade e de mortes, e a migração. Evidente que este aumento exponencial aqui no município de São Gotardo se explica principalmente pelos impactos do processo migratório.
Em pesquisa ao banco de dados do IBGE, analisamos o movimento populacional registrado nos últimos 12 anos em municípios vizinhos. Verificou-se que enquanto alguns se mantiveram praticamente estagnados, outros viram sua população diminuir de 2010 a 2022. Dos municípios pesquisados, Ibiá viu sua população diminuir de 23.265(2010) para 22.229 (2022). Também Arapuá e Carmo do Paranaíba apresentaram queda populacional(veja tabela abaixo). Outros municípios registraram estabilidade como é o caso de Tiros e Matutina.
MUNICÍPIO | CENSO 2010 | CENSO 2022 | VARIAÇÃO(%) |
São Gotardo | 31.807 | 40.910 | 28,6% |
Rio Paranaíba | 11.898 | 14.532 | 22,1% |
Ibiá | 23.265 | 22.229 | -4,4% |
Tiros | 6.906 | 7.883 | 14,1% |
Matutina | 3.763 | 3.814 | 1,3% |
Carmo do Paranaíba | 29.752 | 29.011 | -2,4% |
Arapuá | 2.772 | 2.631 | -5,0% |
Patos de Minas | 138.836 | 159.235 | 14,6% |
Quando o recenseador visita um domicílio, duas perguntas feitas ao morador são decisivas para determinar se é residente fixo ou não. Na primeira delas, indaga se morador residia no imóvel na data de 31 de julho(2022). Posteriormente ele pergunta se sua residência fixa é em São Gotardo ou em outro município.
A partir das respostas do entrevistado - que responde pelos demais moradores do respectivo domicílio - é registrado no questionário se se trata de um residente fixo, e neste caso, é considerado como pertencente à população de São Gotardo. Caso contrário, se ele afirmar que sua residência fixa é em outro município e que está aqui apenas a trabalho, é considerado como morador flutuante, e não será incluído como pertencente à população de São Gotardo.
Levando-se em conta estes critérios adotados, po-demos inferir que a sazonalidade é fator determinante no número final de moradores, entre fixos e flutuantes. Resta saber se o enorme contingente de trabalhadores(população flutuante) será reconhecida como tal no levantamento feito pelo Censo.
O Censo 2022, iniciado em agosto passado, tem por objetivo contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros.
As informações do Censo são essenciais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas e para a realização de investimentos públicos e privados.
Durante a coleta do Censo 2022 nos domicílios do país foram utilizados dois tipos de questionário: básico, com 26 quesitos, e o ampliado, com 77 perguntas.
O questionário básico traz os seguintes blocos de perguntas: identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade.
Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
A população nacional, ao que parece, é menor do que se pensava. Conforme sugerem os números preliminares, somos 207,8 milhões de brasileiros, em vez dos 215 milhões antes estimados pelo IBGE.
Confirmados os números finais, esta queda está repercutindo negativamente em 863 municípios brasileiros que viram suas populações diminuir ao invés de aumentar. Eles correm o risco de ver reduzidos os recursos que recebem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pelo qual 25,5% das receitas do Imposto de Renda e do IPI são distribuídos a partir de critérios que incluem o número de habitantes.
Em São Gotardo ocorre o oposto. Ante uma população estimada em 2021, de 36 mil habitantes, os dados do Censo 2022 superam a barreira dos 40 mil. Pelo menos em um aspecto é positivo este crescimento: mais habitantes, mais receita para a prefeitura – o que, em certa medida, faz jus às demandas que já vem sendo verificadas há alguns anos.
Em dezembro, o Tribunal de Contas da União já havia solicitado a atualização dos dados coletados pelo Censo 2022. A partir de 2024 eles servirão de parâmetros para a destinação de mais recursos para o município.
Com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi publicado neste mês de agosto os dados referentes a criação de postos de trabalho no primeiro semestre deste ano. O mapeamento inclui todos os municípios brasileiros, constando apenas o mercado de trabalho formal, ou seja, com carteira assinada.
A influência do agronegócio fica evidente numa análise detalhada do mercado de trabalho das cidades com melhor desempenho.
Chama a atenção a distribuição de vagas ocupadas aqui na região do Padap, onde o agronegócio é de longe o setor que mais emprega. Os números computados revelam índices que devem ser levados em conta no fluxo deste mercado aqui na região. Um exemplo: enquanto no município de São Gotardo foram abertas 646 vagas formais, na vizinha Rio Paranaíba, o CAGED registrou a oferta de 1.679 vagas formais, ou seja, três vezes mais. Uma das explicações para esta diferença, pode estar relacionada à oferta de moradia para locação de trabalhadores rurais.
Veja abaixo a distribuição de vagas formais criadas no primeiro semestre de 2023, em municípios da região do Padap.
MUNICÍPIO | VAGAS OCUPADAS COM CARTEIRA ASSINADA |
São Gotardo | 646 |
Rio Paranaíba | 1.679 |
Ibiá | 607 |
Carmo do Paranaíba | 261 |
Dada a sua complexidade por abranger um espectro tão amplo, as dezenas de artigos, cláusulas e parágrafos exigiu um esforço concentrado, tanto por parte da redação original do projeto de lei encaminhado pela Prefeitura, como da análise do mesmo, a cargo do Poder Legislativo, através de suas comissões de estudo. 29 Emendas apresentadas pelos vereadores foram votadas e aprovadas em plenário. A Lei complementar nº56/2023 vai agora a sansão do Executivo, que tem poder de veto. Caso ocorra, as mudanças deverão ser analisadas e levadas novamente a plenário.
A edificação de um imóvel, seja para moradia ou finalidade comercial, deve seguir algumas normas pelo proprietário ou responsável pelo empreendimento. Encaminhado pelo poder Executivo, estão em curso as discussões finais na Câmara municipal os artigos do projeto de lei que institui o novo Código de obras de São Gotardo. Trata-se de atualização de uma Lei promulgada no ano de 1956. De lá, pra cá, ela foi sendo complementada, mas nunca atualizada como deveria.
E agora, 67 anos depois, ela finalmente vai ganhar os contornos definitivos, em sintonia com o nosso tempo. Muita coisa mudou; o município cresceu exponencialmente ao longo desse tempo exigindo as adaptações necessárias às normas regulatórias. Neste aspecto, o novo Código de Obras vem suprir uma demanda há muito esperada.
Como especifica em seu artigo primeiro “Este Código de Obras e Edificações é o instrumento fundamental e básico que regula obras e edificações públicas e particulares e disciplina procedimentos de controle urbano, licenciamento e fiscalização, regendo, portanto, todas as questões referentes ao direito de construir no âmbito do perímetro urbano Município de São Gotardo”. Em seu artigo 64, por exemplo ele determina que “É vedada qualquer alteração no projeto de arquitetura quanto aos elementos essenciais da construção sem a prévia autorização da Prefeitura Municipal, sob pena de cancelamento do Alvará de Construção aprovado.”
Ele define também as Áreas Não Edificáveis: aquelas “que intervenha com ou sem supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação permanente - APP, tais como as microbacias dos Córregos Cruvinel, Vassouras, Confusão e Córrego da Venda, e/ou presença de nascentes e áreas de solo hidromórfico, tal como dispõe Código de Meio Ambiente Municipal, ressalvadas as áreas consideradas consolidadas nos seus termos, desde que aprovada a intervenção pelo Órgão Ambiental Municipal” e ainda:
- É proibida a utilização de vias e logradouros públicos como canteiro de obras.
- O armazenamento dos materiais que serão utilizados na contrução e os entulhos originados pela execução da obra deverão ser depositados no canteiro de obras ou armazenados por meio de caçamba e/ou container alocada na via pública, respeitando a largura de 2 (dois) metros dentro do limite do lote, devendo deixar a calçada livre para a passagem dos pedrestres.
Será exigido acesso por elevador sempre que a altura do último piso acessível for igual ou maior que 12,00 m (doze metros).
O proprietário ou possuidor de imóvel, a qualquer título, edificado ou não, deverá construir, obrigatoriamente, a respectiva calçada na extensão correspondente à sua testada e mantê-la em perfeito estado de conservação...
É proibida a construção de fossas e sumidouros em logradouro público.
Como se observa nos tópicos acima, o novo Código de obra regulamenta uma infinidade de situações, e que a partir de sua aprovação, deverá servir de padrão e regra. Em outra oportunidade o Jornal Daqui retornará ao tema.
Associada ao fenômeno cultural conhecido como sincretismo religioso, entidades dos cultos africanos eram identificados aos santos do catolicismo. Assim, a Igreja, as autoridades e os senhores de engenho em geral aceitavam ou prestigiava.
Animada por danças, cantos e música, a procissão a Congada é realizada sempre no mês de setembro. Ao final do dia de comemoração os dançadores seguiram em procissão até a igreja de Nossa Senhora do Rosário, no bairro do Taquaril. No séquito, a presença de uma corte e seus vassalos, realizam a cerimônia de coroação do Rei Congo e da Rainha Ginga de Angola - uma personagem da história africana, a Rainha Njinga Nbandi, do século 17. Esses autos, contudo, não existiram no território africano. Registram os anais da história que reis e rainhas foram trazidos junto com seus súditos em navios negreiros. A congada foi uma maneira de manter acesa as heranças sociais presentes no país de origem. No séquito, a presença de uma corte e seus vassalos, realizam a cerimônia de coroação do Rei Congo e da Rainha Ginga de Angola - uma personagem da história africana, a Rainha, do século 17.
A Verde Agritech obteve a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério da Infraestrutura (MInfra) para construir um ramal ferroviário no interior de Minas Gerais. A ferrovia permitirá que a empresa do ramo de tecnologia agrícola, produtora de fertilizante potássico, realize o escoamento anual de até 50 milhões de toneladas do produto.
Com o aval das autoridades publicado nessa terça-feira (12), no Diário Oficial da União, a Verde Agritech agora aguarda para assinar um contrato com a ANTT para uso da ferrovia em regime privado. Na sequência, serão iniciados os estudos ambientais e de engenharia para o projeto.
O investimento no projeto será superior a US$ 550 milhões. Em comunicado divulgado ainda no ano passado, a Verde Agritech afirmou que a FCA deverá assumir os custos para construir o ramal ferroviário. A produtora de fertilizante potássico também informou, na época, que estuda a possibilidade de potenciais parcerias para apoio técnico na implantação e operação logística da ferrovia.
Fonte: Diário do Comércio
No período recente de não mais que um ano, o modelo de geração e distribuição de energia elétrica no município passa por grandes mudanças. A previsão é que dentro em breve comece a entrar em operação um novo sistema onde o consumidor poderá optar entre dois tipos de energia, aquela gerada pelas usinas hidrelétricas – fonte usual e que perdura há mais de um século – e uma outra, gerada a partir dos raios solares, captados e transformados em energia elétrica através de painéis fotovoltaicos.
Não é pouca coisa; estamos falando, de uma mudança secular, e que chega a São Gotardo neste ano de 2023. De fato, a energia solar já vinha sendo consumida em casas e empresas particulares, mas para isso era necessário que o proprietário instalasse sua própria usina geradora.
A implantação de Fazendas solares no entorno do perímetro urbano da cidade se apresenta como novo modelo de geração e distribuição de energia. Aqui, a energia gerada é incorporada à rede da Cemig, podendo ser consumida em casas e empresas da cidade, e que não dispõem de uma usina própria, pois.
As dimensões e áreas ocupadas por estas fazendas dão conta do potencial e capacidade expressiva na geração de energia. Estamos falando em dezenas de Megawatts de potência, que passará a ser distribuída pelos postes da Cemig, até a casa do consumidor. Calcula-se que seja energia suficiente para abastecer milhares de casas, por exemplo.
Conversamos com a Órigo energia, empresa responsável pela instalação de fazendas solares próximo à cidade. Como informou sua assessoria de comunicação, em entrevista ao Jornal Daqui, hoje, a Órigo tem instaladas mais de 50 fazendas solares, operando nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, com capacidade de aproximadamente 200 MWp e atendendo a mais de 80 mil clientes.
Veja abaixo, trechos da entrevista:
– Fale um pouco sobre a estrutura que está sendo instalada em São Gotardo, especificando número de fazendas solares e respectiva área ocupada. Já temos uma fazenda pronta e outras em construção. Cada uma ocupa em média 8 a 10 hectares.
– Como se dá o processo de transmissão até a central distribuidora, no caso a subestação da Cemig, e a posterior distribuição até a casa do consumidor? A Órigo atua no modelo de Geração Distribuída Compartilhada, onde a produção de energia acontece nas Fazendas Solares construídas pela empresa. Essa energia é inserida na rede da distribuidora local e gera créditos de energia aos clientes. Os créditos de energia são descontados na conta de luz representando economia mensal para os clientes da Órigo. Portanto, os usuários não precisam investir em placas solares, obras ou instalações.
É uma alternativa simples e acessível, que contribui para a preservação do nosso ecossistema, sendo uma boa opção para o bolso dos clientes garantindo desconto mensal na conta de luz. Os benefícios do modelo de negócios da Órigo abrangem aspectos ambientais, econômicos e sociais, ao disponibilizar para residências e pequenas e médias empresas créditos de energia solar gerados em suas fazendas solares.
Qual o prazo de conclusão e início de operação das fazendas solares de São Gotardo? A expectativa é que no começo do segundo semestre todas estarão entregues e a decorrer desse período vão sendo conectadas com a rede de distribuição.
O consumidor pode optar por receber em sua casa ou empresa a energia produzida? Que procedimentos deve realizar? A contratação dos créditos de energia solar pelos clientes é feita em um processo extremamente fácil, 100% online por meio do site da Órigo Energia (www.origoenergia.com.br).
Uma fazenda solar ou fazenda de energia solar, é um empreendimento de painéis solares fotovoltaicos que absorvem a energia do sol e convertem-na em energia elétrica. Essa eletricidade é transmitida para a rede elétrica pública de distribuição gerando créditos de energia. Estes créditos de energia são utilizados para obter descontos na conta de energia do proprietário da fazenda, ou de outros consumidores por ele designados.
As fazendas solares recebem esse nome, pois são construídas em solo, em vez de telhados, e geralmente em regiões afastadas dos centros das cidades. Além disso, é uma forma alternativa de “cultivar” o solo, e pode gerar grandes ganhos financeiros para quem decide investir nesse modelo de geração de energia. As fazendas solares são em geral conectadas à rede elétrica como GD (geração distribuída).
Desde a sua criação em 2015, a GlobalFarm tem sido uma força transformadora no setor de software e consultoria de custos, reinventando a maneira como as empresas gerenciam seus processos financeiros e estratégicos. O diferencial? Um revolucionário sistema de benchmarking entre empresas e um software capaz de buscar informações de qualquer sistema, transformando dados brutos em análises poderosas para a tomada de decisão.
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Continuaremos acompanhando a trajetória da GlobalFarm em sua missão de revolucionar o campo da consultoria de custos e do software corporativo, proporcionando às empresas uma vantagem competitiva em um cenário de negócios cada vez mais desafiador. Graças à GlobalFarm, as empresas de nossa região têm a chance de evoluir de maneira mais inteligente e eficiente.
A artista Ângela Rocha, natural de São Gotardo, atualmente reside em Belo Horizonte. Em sua recente exposição na capital mineira 'Entre Cores e Formas', com curadoria de Fátima Miranda, ela viaja em sua inspiração para expressar as sutilezas da luz e da natureza.
Ângela já participou de várias coletivas e também do evento "pintando ao vivo". Formada em pedagogia e funcionária pública aposentada, desde cedo teve a arte como paixão e decidiu enveredar pelos caminhos dos pincéis e tintas.
Agora expõe seu sonho engavetado por muitos anos, através de suas telas com cores fortes e vibrantes, trabalhadas com pinceladas bem definidas e propositais.
O cultivo do alho teve início no final da década de 1990. Ao longo do tempo foi se firmando e se expandindo até alcançar o patamar de hoje, como a região que mais planta alho no país, destacando-se pela alta produtividade e qualidade acima da média.
Vários fatores contribuíram para a escolha do Alho como opção de investimento por parte dos produtores. Destaque para o clima e altitude propícios, além do domínio tecnológico já praticado em outras culturas como a cenoura.
Não foi um tiro no escuro: sempre houve por parte dos produtores o interesse em desenvolver atividades que agregassem mais valor e rentabilidade, plantando em áreas menores, mas com mais qualidade que em outras regiões.
Outra razão pela escolha do Alho, foi a necessidade de diversificar o negócio, uma preocupação permanente como forma a evitar a dependência de uma única cultura. Hoje, complementa um leque já diversificado, que inclui a cenoura, beterraba, o abacate etc. Como destaca o produtor Hugo Shimada, um dos entrevistados nesta reportagem: “60% do alho consumido no Brasil é produzido no país, o restante é importado. Desses 60%, 30% sai de São Gotardo. É uma participação expressiva, se considerarmos que representa praticamente um terço do alho plantado no Brasil.”
A empresa Globalfarm, que presta assessoria aos produtores nas áreas de gestão e consultoria de custos, é também especializada em levantamento e processamento de dados nos sistemas de produção da região de São Gotardo, e acompanha de perto estatísticas relacionadas à cultura do alho. De acordo com o último levantamento da empresa foram colhidas 45 mil toneladas em 2022, ocupando uma área de 3 mil hectares. São números reveladores e que impactam muito além do mercado consumidor brasileiro: hoje, o alho representa força propulsora da economia local por excelência, gerando renda, e acima de tudo postos de trabalho aos milhares.
De acordo com o presidente do Sindicato dos produtores rurais de São Gotardo, Rodolfo Molinari, também entrevistado nesta reportagem exclusiva: “Do plantio, no final de fevereiro, março, até o final da colheita em setembro, são sete meses de duração. Além desse período, o produto colhido é levado para os barracões, e o trabalho continua... a produção de alho exige um cuidado todo especial, como alta tecnologia e investimento alto, então o produtor precisa estar muito envolvido”. Ou seja, podemos falar em um processo em escala industrial, que movimenta campo e cidade quase o ano todo.
Por tudo isso, a importância e impactos positivos da produção de alho na economia local tem singular relevância, ademais, em um ambiente onde a inovação permeia cada capítulo destes 50 anos de Padap.
A região de São Gotardo é hoje sinônimo de proficiência e pujança empresarial no setor agrícola, sendo reconhecida nacionalmente como berço de qualidade, alta tecnologia e produtividade. O alho é um bom exemplo desta distinção.
Somando conhecimento a este encontro promovido em parceria do Jornal Daqui e a Globalfarm, um dos sócios fundadores da empresa, o engenheiro agrônomo Paulo Filho e a gerente de operações, Gabriela BonTempo. Um especial agradecimento ao empresário Fábio Castelhone, também sócio fundador da Globalfarm, e aos entrevistados Hugo Shimada, Rodolfo Molinari e Paulo Filho.
Dada a complexidade e abrangência do tema 'Cultura do Alho', listamos por tópicos os temas abordados neste encontro. Confira:
Rodolfo: Quando começa a safra, o trabalho não para. Tem serviço todos os dias pelos meses que se seguem. Diferente de outras culturas onde a colheita é intermitente, como a cenoura ou a batata. A colheita deve ser concluída até setembro, antes de iniciar o período chuvoso. Nesse período há uma grande oferta de trabalho, o que significa mais dinheiro circulando com o pagamento aos trabalhadores. Com mais oferta de trabalho, o trabalhador ganha mais.
Hugo: Com o sistema de refrigeração e conservação do alho, adotado pelos produtores, a oferta de trabalho se mantém mesmo depois de terminada a colheita no campo, se estendendo por praticamente o ano todo. É uma das culturas que mais emprega, então a economia local gira muito em sua função.
Rodolfo: Não podemos deixar de citar as outras culturas. A cenoura, como o leite, são 365 dias no ano. Tem o abacate, o café, que também geram emprego. Mas se considerarmos postos de trabalho por hectare, o alho é sem dúvida o que mais emprega, principalmente nos picos do plantio e da colheita.
Além da grande oferta de postos de trabalho, há impactos diretos e indiretos em todos os setores da economia local, como construção civil, no comércio em geral, prestadores de serviços...
Hugo: Hoje a nossa região consegue um índice de produtividade de 20 toneladas por hectare plantado. No início eram de 13, 14 toneladas. O Alho só se tornou viável, portanto, devido a este aumento de produtividade.
Rodolfo: É uma busca permanente pela eficiência no processo, ela não para.
Paulo: Estamos colhendo 20 toneladas, e menos que isso torna a cultura inviável. Isso, mantendo os custos equilibrados, sem excesso. Ainda assim, a rentabilidade não ultrapassa 15 a 20% do valor investido.
Rodolfo: Produzimos o melhor alho do mundo aqui na região de São Gotardo. Nosso alho é produzido com alta tecnologia, em escala quase industrial.
Hugo: Nosso alho se destaca em relação a outras regiões principalmente pela qualidade.
Hugo: Já existe um projeto inicial de exportação para a Europa principalmente.
Rodolfo: Alguns países da América do sul são também possíveis mercados.
Paulo: Há fatores limitantes como a rotação de culturas, o microclima, e a própria oferta de mão de obra. Acreditamos que pelo menos a médio prazo deve ser mantida a extensão de área plantada, que está em torno de três mil hectares. Mesmo levando em conta essa estabilidade no volume de produção, o alho hoje tem especial relevância em relação a outras culturas como a cenoura ou o abacate.
Paulo: Até 4 anos atrás, o alho apresentava uma rentabilidade alta, mas ela foi caindo nos últimos anos. Além do mais, a cultura do alho demanda de uma grande estrutura física como investimento em pivôs, maquinário, barracões etc. Então, o produtor não tem muitas opções a não ser continuar plantando sob risco de prejuízo. Depois do investimento feito, fica difícil sair.
Paulo: Melhorar a gestão, diminuir custos, e se possível aumentar a área plantada para diluir as despesas. O que atrai o interesse do produtor são também as condições favoráveis de altitude, clima e solo da região. Estas condições garantem um produto de excelente qualidade, o que significa garantia certa de mercado, além do valor agregado. O alho da região de São Gotardo tem preço superior em relação a outras regiões do Brasil.
Hugo: Apesar de uma rentabilidade menor hoje, um dos fatores que incentiva a produção de alho é a estabilidade, não apresentando grandes oscilações no preço como em outras culturas, como a cenoura, por exemplo, que exige o plantio o ano inteiro para equilibrar a margem de lucro.
Hugo: O produtor entendeu que sozinho ele não alcançaria um bom resultado, por isso ele se organizou em grupos de produtores, uma espécie de condomínio de produtores rurais. Esta união de esforços facilitou o funcionamento da máquina produtiva. Assim, cada etapa do processo é distribuída entre os participantes do grupo. Meu concorrente não é o meu vizinho, ele é meu parceiro, tanto na divisão do processo como na troca de informações sobre novas técnicas e métodos que possam beneficiar um e outro, e todos ganham com esse modelo. Este fator é determinante para a uniformidade e consolidação de uma marca única.
Rodolfo: Além de dominar um conhecimento, é preciso compartilhar, trocar experiências. Como disse Hugo Shimada, nosso concorrente não é o produtor vizinho, é o alho espanhol, o chinês, o argentino. Nosso caminho é unir forças, mesmo porque não temos condição de suprir o mercado nacional ainda.
Como ressalta Hugo Shimada: outra exigência do alho é a mão de obra disponível, nesse sentido, sem essa população que vem de fora, de trabalhadores migrantes, não seria possível levar à frente o plantio de alho. É fundamental frisar a empregabilidade que essa cultura oferece. Em média, cada hectare de alho plantado demanda 10 postos de trabalho. Ela exige muita mão de obra, e por essa razão é uma cultura com maior custo de produção, girando em torno de R$200 mil por hectare.
Rodolfo: O alho é plantado dente por dente, tudo manualmente. Disparado, hoje o alho é a cultura que mais emprega, que oferta vagas de trabalho.
Hugo: Hoje não existe nenhuma máquina que substitua o plantio manual.
Hugo: O trabalhador ganha por produtividade; quem se dedica mais, ganha mais.
Rodolfo: O que ocorre é que nessa cultura a oferta de trabalho é maior, dando oportunidade para o trabalhador ter um maior rendimento.
Hugo: É interessante notar que esse rendimento varia de pessoa para pessoa, e a escolha do tipo de tarefa conta muito: alguns rendem mais no corte que no plantio, e vice-versa. Desta maneira cada um vai se especializando naquilo que faz de melhor.