Uma comitiva de vereadores de São Gotardo, representando o município, participou de uma audiência pública com a diretoria da Copasa. Realizado na capital mineira, no dia 29 de outubro, este encontro foi mediado pela ARSAE - Agência Reguladora dos serviços de saneamento no estado de Minas. Como principal pauta de discussão foi colocada à mesa pelos vereadores o pedido de cancelamento do aumento da Taxa de Esgoto, anunciado para vigorar a partir deste mês de novembro.
Os parlamentares argumentaram que as obras não foram concluídas, e que o aumento só poderia ocorrer quando a Estação de Tratamento de Esgoto estivesse em plena operação, processando 100% do esgoto da cidade. Os diretores da Co-pasa reconheceram e concordaram com os argumentos expostos, e cancelaram o aumento. Em entrevista ao Jornal Daqui o presidente da Câmara, Gilberto Cândido, falou sobre o encontro. Veja:
O senhor, acompanhado de um grupo de vereadores, alimentava esperanças de que o aumento poderia ser cancelado?
Nós estivemos em Belo Horizonte na ARSAE, que é agencia reguladora que media esses conflitos entre municípios e autarquias que prestam serviço, como no caso da Copasa. Havíamos solicitado através de nosso prefeito Seiji essa audiência, para que a gente pudesse levar a insatisfação da população de São Gotardo com essa cobrança que seria feito agora, a partir de novembro. No nosso entendimento, o serviço não é prestado conforme deveria. Colocamos essa questão, para que a ARSAE mediasse esse conflito. Estivemos lá como representantes do município, e fomos bem recebidos. Ficou definido que, até que haja uma nova repactuação do cronograma das obras que foram contratadas com a Copasa, esse aumento da taxa fica suspenso.
Esta repactuação é então uma oportunidade de redefinir as cláusulas do contrato assinado entre Copasa e Prefeitura no ano de 2008, correto?
Nós estamos felizes por termos cumprido o nosso dever, o nosso compromisso de representar e defender os interesses do nosso povo, e agora, a negociação está aberta. Acho que o município agora tem o que ele sempre procurou ao longo desses 12 anos: uma oportunidade da gente colocar ali condições mais favoráveis a nossa população. Agradeço a todos os vereadores que participaram desta iniciativa, de ir lá para encontrar esse novo momento, e assim possibilitar a revisão desse contrato que vem prejudicando e muito a população. Agora a negociação foi reaberta e o município tem a oportunidade de colocar novas condições nos termos deste contrato.
Somente parte da população estaria sendo atendia pelo tratamento de esgoto, o que seria injusto, não? O que se espera é que os dois Córregos que recebem esgoto( o Confusão e o Córrego do Arroz) sejam 100% despoluídos e todo o esgoto produzido pela população receba tratamento...
É verdade. Segundo dados da Copasa essa cobrança recairia apenas sobre 60% dos usuários de abastecimento de água e esgoto, e foi isso que questionamos lá. A Estação de tratamento não estaria funcionando para atender os 100% de esgoto que acidade produz, então, como que você vai cobrar de parte da população e conforme você mesmo relatou com o córrego continuando poluído cheio de impurezas. Se apenas uma parte da cidade não vai pagar e a outra parte vai pagar, os córregos vão continuar poluídos. Então, foi isso que ponderamos na reunião. Eu acredito que agora o município voltou a ter como negociar condições mais favoráveis para que possamos ver realizado esse sonho de despoluir os dois Córregos que margeiam a cidade.