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    Quarta, 20 Fevereiro 2019 23:14

    Barragem do Balneário - Há riscos de rompimento?

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    Barragem do Balneário, foto tirada em 30/01/2019 Barragem do Balneário, foto tirada em 30/01/2019

    Após o rompimento da Barragem em Mariana (2015) e Brumadinho o assunto sobre segurança de barragens voltou para os noticiários. Mas hoje, o foco é na barragem que o sangotardense tem contato diariamente, a Barragem do Balneário.

    Nós, como engenheiras civis geotécnicas (especialistas em solo), lidamos com diversas incertezas por esse motivo sempre alertamos nossos clientes da importância do conhecimento do solo para dimensionamento de qualquer e todo empreendimento. As técnicas e práticas empregadas nesse ramo se desenvolvem com o estudo de casos passados. Então o questionamento que fica é: O que São Gotardo aprendeu com esses rompimentos?

    Vamos deixar bem claro que as dimensões, material usado na construção e mate-rial no reservatório das barragens de Brumadinho e Mariana são totalmente diferentes da barragem do Balneário. Nossa barragem é composta por um corpo de terra, canal (vertedouro) em concreto e reserva apenas água. Mas, o risco não pode e não deve ser descartado.

    A barragem do balneário, teve sua obra concluída em 1995 e suas estruturas am-pliadas entre os anos 2005 e 2008, hoje conta o descaso como mostra na imagem. Não foram encontrados projetos da estrutura e de sua execução nem licença no órgão que regulariza barragens, a ANA (Agência Naci-onal das Águas). A inexistência de projetos, detalhamentos, manutenção e informações nos assustam.

    Mas qual o risco para a po-pulação da cidade essa barragem pode ter? A longo prazo, com esse descaso, falta de manutenção e monitoramento, podem ocorrer perdas estruturais e possíveis transtornos.

    Vamos citar um exemplo, a parte da barragem em contato com a água deve permanecer livre de vegetação (de qualquer tipo), porque as raízes de arbustos criam um caminho para a água atingir o interior da estrutura. Ao atingir o interior, a água busca caminhos para sair, e nessa busca pode levar consigo material (solo), essa ação na linguagem de engenheiro, é chamada de "piping". O piping, a erosão interna, pode levar a estrutura ao colapso.

    Como cidadãos, o que podemos fazer para uma maior fiscalização e segurança? É necessário cobrar, não só quando acontece a tragédia, mas periodicamente. Ainda está em tempo das autoridades competentes se atentarem às estruturas que possuímos no nosso município e realizar as manutenções necessárias. Devemos apren-der com fatos externos e aplica-los em nosso município.

    barragem01Engenheiras civis geotécnicas Fernanda Yamaguchi Matarazo e Carolina Ribeiro Naves

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