No início de dezembro passado a comunidade católica de São Gotardo deu início a uma série de celebrações em homenagem pelos 50 anos de sacerdócio de Monsenhor Eustáquio Afonso de Souza. Sua ordenação como padre ocorreu no dia 12 de setembro de 1971 na cidade de Bom Despacho.
Naquele mesmo ano ele assumiu a função de pároco em nossa cidade, permanecendo no posto ao longo de uma década, até o ano de 1981, quando foi transferido para outra comunidade.
Sua atuação em São Gotardo, agora rememorada, é permeada de singularidades. Pode-se afirmar, por exemplo, que ele foi precursor de um novo modelo de pregação, que só décadas mais tarde ganharia espaço e visibilidade em expoentes com padre Marcelo Rossi e Fábio de Melo.
O hoje, Monsenhor Eustáquio, introduziu naquele passado distante técnicas inovadoras para o seu tempo, rompendo barreiras, introduzindo recursos até então inéditos na difícil missão de interagir com seu público de fieis. Para aqueles que frequentaram suas missas hão de se lembrar destes novos recursos de evangelização, hoje, tão em voga. Suas missas aos domingos, dedicadas ao público infantil, estavam sempre de casa cheia. Nelas não se dispensava a descontração, onde a música, muitas vezes coreo-grafada com gestos teatrais, serviam de eficientes ferramentas para a pregação de textos evangélicos e dos fundamentos que alicerçam o catolicismo.
É de se incluir ainda neste rol de “novidades” introduzidas enquanto pároco, a produção de shows musicais e pirotécnicos. Monsenhor Eustáquio foi versátil, inovador, sem, contudo, perder de vista sua missão principal que era a de evangelizar.
Por tudo isso, seu retorno a São Gotardo, 40 anos depois, foi aclamado e celebrado por uma multidão de fieis por onde passou. Nesta recente visita, pode se reencontrar com seu passado, que apesar de distante, permanece vivo na memória dos partícipes de sua história.