Logo topo

    Sexta, 20 Setembro 2024 13:07

    Como São Gotardo pensa

    Primo Levi, um sobrevivente dos campos de concentração nazista, de quem seu sou fã porque não se tornou uma pessoa amarga ou um escritor rancoroso, fala de um código de conduta invisível a determinar a maneira de agir das famílias, dos clãs familiares, dos grupos religiosos ou de outros tipos, dos habitantes de uma cidade, Estado ou País.

    Uma das maiores reações coletivas espontâneas que eu, nos meus 10 anos, presenciei foi a indignação dos jogadores e da torcida do Sparta quando um jogador do time visitante fez uma falta desleal, daquelas de quebrar a perna, no Zé do Baiano, nosso maior atacante de todos os tempos e que se comportava como o Messi. Foi uma briga geral, resultado de uma raiva quase santa.

    Aproveito a proximidade das eleições para homenagear nossa prefeita e vereadoras pela coragem de participar da vida pública, apesar da multiplicidade de tarefas que ainda recaem sobre seus ombros.

    Estendo meu aplauso às que invadiram as barreiras invisíveis das profissões consideradas masculinas. Até um período recente, as mulheres dependiam da autorização do marido para abrir uma firma. Era natural serem costureiras, professoras e enfermeiras.
    As mulheres Só puderam votar a partir de 1932.

    Em 1962, não precisavam mais da autorização do marido para trabalhar fora de casa, passaram a ter o direito a herança e poder pedir a guarda dos filhos na separação. Continuavam, no entanto, a ser consideradas propriedade do pai ou do marido. O normal era permanecerem em casamentos infelizes e até mesmo abusivos. Com a lei do divórcio, de 1977, isso começou a mudar, intensificando as mudanças iniciadas com a chegada da pílula anticoncepcional nos anos 60.

    Durante muito tempo as mulheres não podiam jogar futebol, pois a lei proibia a prática de esportes inadequados à sua natureza. Até o início deste século e milênio, o homem podia pedir a anulação do casamento sob a alegação de que a mulher não era virgem.

    Maridos que assassinavam suas mulheres normalmente ficavam livres sob a alegação de defesa da honra e na maioria dos casos a mulher era condenada também por seus pais e irmãos.

    A caminhada para um mundo melhor é longa e difícil, mas depende das mães e educadores prepararem as crianças e os jovens para uma cultura (código invisível de conduta) de paz, compaixão e solidariedade. As eleições que se aproximam é um bom momento para a escolha de representantes progressistas, comprometidos com uma sociedade mais justa. Cada um de nós é responsável pelos políticos que tantos criticam. Tomara que você possa seguir aplaudindo a vereadora ou vereador e prefeito que escolheu.

     

    Encontre-nos

    Edição atual

    jd177 pag01

    © 2024 Jornal DAQUI - Todos os direitos reservados.