Falarei agora do meu saudoso pai, Clarimundo Soares, como negociante e empreendedor, num País em que “o sucesso é ofensa pessoal” (Tom Jobim).
Um jovem simples e dedicado conseguiu se tornar um dos maiores comerciantes de São Gotardo. Com o apoio de minha mãe, foi comprando e construindo imóveis. Quase na mesma época, construiu o Cine Serrano e o prédio da esquina da Bento Ferreira dos Santos, onde, no segundo andar, funcionou o São Gotardo Social Clube.
Relembro emocionado que ele recebeu uma homenagem fantástica de um simples morador desta São Gotardo que ele tanto amou. Recebendo a notícia de que meu pai havia ido se encontrar com os seus nos verdes campos do Senhor, um morador anônimo fincou uma estaca na esquina de onde morava e decretou, escrevendo num pedaço de madeira, esta rua passa a se chamar Rua Clarimundo Alves Soares! Eu gostaria muito de conhecê-lo, abraçá-lo e expressar a gratidão de nossa família. Acho que ninguém mais teve uma homenagem tão grande e sincera e acredito que o Poder Público Municipal não terá a ousadia de mudar isso.
Passo a palavra para o Vette, o Pedro do Zé do Lino e para os prof. Oswaldo e Sérgio Bueno.
Luiz Sérgio Soares – 22.03.2024 – com a colaboração do Marcinho.
29 de novembro de 2022. 17h56min. - Clarimundo Soares (augusto.vette)
... Pensando nisso recordei de episódios da juventude que marcaram profundamente aquela época, proporcionados por diversos cidadãos que impulsionaram o progresso de S. Gotardo.
Um deles foi o sr. Clarimundo Soares, que como pai de família, como comerciante e como empresário primou pelo exemplo de respeito e correção; abastecia a cidade com alimentos para o corpo e para alma – comida para o físico e sonhos para a alma.
Junto com o sr. José Prados divertiu a cidade diariamente em seu Cinema com filmes e notícias vindas de longe, numa época em que não havia televisão e mais que tudo com o Clube Social que uniu e encantou toda nossa geração com horas dançantes e bailes memoráveis, que jamais se apagarão de nossas recordações.
Só quem viveu aquela realidade pode ter ideia da falta que pode nos fazer a privação de algo tão banal hoje, como músicas e notícias de um mundo de famosos, de reis rainhas, de príncipes e princesas que povoavam nossa mente em contos de fada, apenas imaginados por nossa mente ávida de novidades.
Que mistério levou o sr. Clarimundo a preencher este vazio, se não a sua vontade de conquistar a honra de criar a família com dignidade e contribuir para o progresso da sociedade e a evolução da humanidade?