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    Quarta, 25 Janeiro 2023 22:03

    Feliz ano novo

    Um novo ano se inicia e, como sempre acontece, com muitas esperanças que velhos problemas se resolvam e que possamos ter um ano de 2023 tranquilo, sem sobressaltos e nem sustos.

    2022, o ano que se encerrou é daqueles anos que todos queríamos que nem tivesse começado. Um ano que trouxe muito stress, muita preocupação e muito desânimo.

    Talvez algumas pessoas possam discordar da minha opinião considerando que, e isso é um fato, a crise econômica não atinge a todos do mesmo modo e isso é um fato concreto.

    Se de um lado temos milhares de pessoas procurando emprego sem nenhum tipo de renda que não as várias formas de ajuda assistencial estatais, se temos cerca de 60 milhões de pessoas jogadas na linha de pobreza com salários insuficientes para garantir a sobrevivência do trabalhador e de toda a sua família, de outro lado temos alguns milhares que se enriquecem, que concentram renda, que acumulam capital e que justificam seu enriquecimento em uma crise por uma simples questão de mérito.
    É esse o Brasil que temos. Uma grande parte da população que vive e sobrevive com salários insuficientes para comprar mesmo que seja uma cesta básica e outra parte, essa pequena, acumulando renda advinda de ganhos financeiros e especulativos, aquela velha história de ganhar sem trabalhar. Afinal, estamos falando de um trabalho improdutivo!

    O governo eleito, que tomou posse no início do ano, terá como grande desafio reduzir essa enorme defasagem de renda, a enorme diferença entre o menor salário pago e o maior salário pago, diferença essa que chega a absurdos 400 vezes mais.
    Não é possível que um país consiga crescer, consiga se desenvolver com essa diferença salarial absurda.

    Talvez alguns perguntem se para resolver isso teríamos que reduzir os salários mais elevados colocando aqui uma crítica a esse argumento, mas poderíamos replicar que não é nivelando por baixo que resolveríamos situações como essa.

    Temos que entender que a geração de renda em uma economia é fundamental para que essa economia consiga crescer, consiga se reproduzir e consiga garantir condições materiais dignas de vida. Salário para muitos é custo, mas para muitos é receita. Salário para muitos é condição de consumo, de sobrevivência e não podemos mais viver em um ambiente no qual o empresário achata brutalmente os salários pagos a seus funcionários e ao mesmo tempo critica o baixo volume de vendas.
    Temos todos que entender que essas duas variáveis, salário e consumo, ou para melhor generalizar, renda e consumo, estão diretamente interligadas.

    Salários menores implicam em baixa capacidade de consumo e mesmo que se diga que pessoas que ganham baixos salários gastam a totalidade de seu salário em consumo, o impacto dessa lógica é reduzido exatamente por ser um baixo salário.

    Além do mais, baixos salários geram consumo, mas não geram poupança e é exatamente a capacidade de geração de poupança da sociedade que permite gerar capacidade de investimento privado. É uma lógica simples.

    Esse é o grande desafio do novo governo. Gerar crescimento, gerar consumo, gerar poupança e, portanto, tornar o crescimento auto sustentado pela sua própria lógica.

    Um feliz ano de 2023 a todos e que o título desse artigo não seja simplesmente retórico.

     

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