É compreensível, e até necessária, uma reação mais enérgica como resposta a um evento traumático, um acidente ou tragédia. Lembremos do incêndio na Boate Kiss, da barragem de Bru-madinho ou os deslizamentos de encostas em áreas habitadas. Situações assim exigem medidas urgentes de contenção de danos, além daquelas a médio prazo, buscando sanar, sempre que possível, as causas que culminaram em eventos dessa natureza. Exemplos estes, de comoção social, encontram ressonância nos recentes eventos ligados aos riscos de ataques a escolas.
Casos isolados, ocorridos em locais distantes daqui foram suficientes para alimentar temores e um clima de insegurança. Contudo, há que se ressaltar que no município de São Gotardo não houve nenhum fato, ou sequer ameaça nesse sentido.
Coube principalmente às redes sociais o trabalho de disseminar alarmes e fake News, alimentando um clima de tensão e medo em pais, alunos e profissionais do ensino, a ponto de culminar no tumulto ocorrido na Escola José Antônio, no bairro Boa Esperança. Tanto se insinuou por estas redes de desinformação um possível ataque, que o inimigo imaginário tomou corpo e forma, como se realidade fosse.
Diante de possíveis ameaças e do alarde criado, prevaleceu a percepção de que toda escola seria um alvo em potencial. Exageros à parte, optou-se por reforçar medidas de segurança. Em São Gotardo praticamente todas as instituições de ensino, públicas ou privadas vem adotando uma série de procedimentos nesse sentido.
Em entrevista a este Jornal, Flávia Pereira, Secretária municipal de Educação, disse que a rede municipal de ensino vem adotando protocolos recomendados pelo Governo Estadual: “na ver-dade, algumas medidas de segurança já vinham sendo adotadas em nossas escolas como o monitoramento de câmeras e controle de acesso ao interior das escolas; estas medidas foram apenas intensificadas, em conformidade com as recomendações do Estado. Estamos seguindo passo a passo estes protocolos de segurança. Estamos distribuindo um cartão de identificação escolar para os pais ou responsáveis. As visitas agora devem ser agendadas, e ao final das aulas redobramos os cuidados com a presença de dois professores para acompanhar a entrega das crianças. E também outras medidas que visem dar mais conforto e segurança.
De acordo com Flávia Pereira, os profissionais do ensino estão recebendo várias orientações, como por exemplo, evitar a postagem e replicação de notícias sem fonte confiável, e muito menos promover alarmes desnecessários. Ela ressalta ainda sobre a importância da família tanto na segurança como no acompanhamento dos filhos no processo de formação educacional.