Ao longo dos últimos anos um assunto tomou conta das cidades de Tiros e Matutina e alarmou a população: a falta de água! Preocupados com essa situação, representantes dos municípios buscaram formas, em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), empresa detentora da concessão de abastecimento de água nas duas cidades, para tentar acabar com esse problema.
Com objetivo de preservar os recursos hídricos dos municípios, utilizados para o abastecimento público, foi firmada uma parceria com o programa Pró-Mananciais da Copasa. O programa busca mobilizar a sociedade civil, poder público, iniciativa privada e instituições locais na conscientização e conservação hídrica dos municípios. Entre as diversas atividades desenvolvidas pelo programa, estão o cercamento de nascentes; cercamento e plantio de mudas nativas em mata ciliar e a implantação de bacias de contenção de enxurradas.
Em Matutina a situação de falta de água ficou crítica nos últimos anos, mas há quase duas décadas já era perceptível a necessidade de ações para garantir o abastecimento da população. “Há cerca de 18 anos venho trabalhando para buscar soluções para as questões de abastecimento de água em Matutina. Inclusive estivemos reunidos no ano passado, eu e os demais vereadores acompanhados do prefeito, vice e pelo deputado estadual Hely Tarqüínio, com o presidente da Copasa. Na ocasião apresentei a ele todos os problemas pelos quais a cidade vinha passando pela falta de água”, disse o vereador Edwardes Alves da Silva (Tim Cabeleireiro).
Tim também é o presidente do Coletivo Local de Meio Ambiente (Colmeia). Em Matutina, o Colmeia foi criado em outubro de 2018, formado pela prefeitura, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Sicoob, Sindicato Rural e Câmara Municipal. Em fevereiro deste ano, foi finalizado o diagnóstico da microbacia do Córrego do Grama, que abastece a cidade, e já estão sendo traçadas as ações para a conservação do manancial.
“A expectativa é de que sejam feitas inúmeras intervenções para a preservação do nosso manancial garantindo, assim, água de qualidade para nossa população. Serão plantadas árvores nativas do nosso bioma para a recomposição das matas ciliares e o cercamento das mesmas, tudo em parceria entre os membros da Colmeia. Eu mesmo já estou fazendo a minha parte, pois já cultivei mais de 500 mudas que serão doadas para o programa”, disse o vereador Tim.
Desenvolvido em Tiros, desde 2017, o programa criou, ao longo desses dois anos, o Coletivo Local de Meio Ambiente (Colmeia), formado por representantes da Copasa, da Emater-MG, Câmara Municipal, prefeitura, por meio de diversas secretarias, Rotary Club, Codema, Sindicato dos Produtores Rurais e SICOOB Creditiros. O grupo promoveu diversas reuniões, quando foram feitos levantamentos sobre a situação da microbacia do Ribeirão dos Tiros para planejar ações de preservação do manancial.
Foram cercados quase 13 mil metros de nascentes e mata ciliar das margens da microbacia do ribeirão, para dificultar o pisoteio de animais e pessoas e, assim, preservá-las. Por meio de convênio, a Copasa investiu mais de R$10 mil em óleo diesel, usado nas máquinas e veículos da prefeitura para atividades do programa. A partir desse apoio, foram feitas manutenções em 20 bolsões, em estradas e mais de 11 mil metros de terraceamento. Essas ações garantem que as águas das chuvas possam ser absorvidas pelo solo e reabastecer os lençóis freáticos.
O Programa ainda comporta as ações do Chuá Socioambiental, que visa à conscientização da comunidade escolar sobre a preservação ambiental. O projeto foi promovido na Escola Estadual José Coelho com a participação de 246 alunos e professores, que receberam diálogos interativos e outras atividades.
No Dia Mundial da Água do último ano, os alunos das escolas municipais João Ferreira Capetinga e Sebastião Dias participaram do plantio de 60 mudas de matas nativas na principal nascente do Ribeirão dos Tiros.
Além das duas cidades citadas na matéria, o programa atende mais seis municípios na região. São eles: São Gotardo, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, Campos Altos, Araxá e Perdizes.
Nos últimos meses uma grande parcela da população das cidades de São Gotardo, Matutina e Tiros, vem sofrendo com sucessivos problemas apresentados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), empresa detentora da concessão dos serviços de abastecimento nessas cidades. As maiores reclamações dos cidadãos estão relacionadas a qualidade da água, que sai nas torneiras muitas vezes “barrenta”, e a falta de água (desabastecimento) que ocorre cotidianamente em alguns pontos dessas cidades.
Nesse período foram diversas as reclamações feitas por meio das redes sociais e para com os representantes do executivo e legislativo dessas cidades. Com o objetivo de buscar informações que possam tranquilizar os consumidores, a reportagem do jornal Daqui SG questionou os representantes da Copasa, que estavam em São Gotardo para tratar da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), sobre o que está sendo feito para corrigir esses problemas.
São Gotardo
Em São Gotardo, por exemplo, há reclamações oriundas de diversos bairros com relação a água barrenta saindo das torneiras. Segundo o gerente de Distrito Regional Araxá, Geraldo Magela Mendes, o problema já está sendo analisado pela Copasa. Ele afirmou que a empresa irá avaliar alguns pontos da cidade na busca do problema. “Já constatamos que não é um problema de tratamento da água, mas pode ser algum problema pontual em um reservatório”, exemplificou o gerente. Magela também não descarta que o problema possa ter sido ocasionado por uma fissura na rede de abastecimento, mas que todas as possibilidades serão avaliadas.
Na oportunidade, o técnico em Química da Copasa, Lázaro Hamilton, que é o responsável pela análise da água na cidade, tranquilizou os moradores dizendo que a água é de qualidade e que foi feita uma análise independente, por um laboratório de São Paulo, cujos laudos foram encaminhados para o Ministério Público.
Chegar em casa do tra-balho e ver que não há água na rede da Copasa já é costume em Matutina. Nos últimos meses o desabastecimento tem afetado a maior parte da cidade, quase sem-pre no período da tarde. Esse problema afeta diretamente aquelas famílias que passam o dia fora no trabalho e, quando tem tempo para executar as tarefas domésticas, constatam essa falta de água.
Geraldo Magela Mendes explicou a reportagem do jornal que não há, por parte da gerencia Regional, nenhuma determinação para que seja feita qualquer paralisação no abastecimento e que iria entrar em contato com os responsáveis para resolver essa situação. Ele explicou, inclusive, que a utilização do poço artesiano, obra feita na cidade, só será necessária caso haja falta de água, principalmente no período de seca.
Na cidade também houve diversas reclamações com relação à água barrenta nas torneiras o que, segundo a Copasa, também será investigado.
Já em Tiros os problemas não são diferentes, pois na cidade foram constatados problemas com o desabastecimento em vários pontos. O gerente de Distrito Regional Araxá, Geraldo Magela Mendes, explica que uma das maiores dificuldades da companhia em manter o serviço de qualidade está relacionada a energia elétrica. Segundo ele, com a queda da tensão diversos equipamentos queimam e, mesmo com a utilização de geradores, complica o abastecimento. Magela citou ainda um problema com a adutora, no mês de dezembro, que também complicou os serviços gerando as reclamações. Segundo a Prefeitura de Tiros, as obras necessárias para solucionar o problema com a energia elétrica estão sendo executadas.
Em Tiros ainda há um agravante, pois a renovação da concessão da Copasa, vencida desde 2015, continua sendo discutida entre as partes gerando insegurança na população. Segundo o prefeito André Praxedão (MDB), a tendência é de que a renovação com a Copasa seja assinada, mas para isso ele exige que diversas questões como a ampliação do sistema e aumento da vazão de água estejam explícitas no contrato o que garantiria, assim, melhores serviços no futuro para a população a cidade.
Imaginem o sofrimento de uma mãe ao saber logo após o parto que o seu bebê, tão sonhado e esperado, não poderia levar uma vida como a da maioria das crianças, pois nasceu com um problema na visão. Essa foi a situação vivida por Marília Souza, que em 2009 descobriu que sua linda filha Brenda havia nascido com o nervo óptico atrofiado, uma disfunção chamada de hipoplasia do nervo ótico o que impossibilitaria a pe-quena guerreira de enxergar as belezas da vida.
Após inúmeras consultas e tratamentos com especialistas em Belo Horizonte o dia-gnóstico não apontava para a possibilidade de cura, pois aquela época não havia co-nhecimento de um tratamento que pudesse reverter tal situação. Dessa forma Bren-dinha, como todos a conhecem, estaria limitada a enxergar apenas luz e vulto para o resto da vida. Mas com o passar dos anos um novo e revolucionário tratamento com células tronco foi descoberto em um hospital especializado da Tailândia, mas aí novos empecilhos: a distância e o preço, cerca de R$ 160 mil.
Para credenciar Bren-dinha ao tratamento, foi necessário encaminhar todos os laudos e exames que já haviam sido feitos para o corpo clínico do hospital tailandês. Essa ação inicial foi primordial, pois eles só aceitariam Brenda caso houvesse a real possibilidade de eficácia no tratamento. “Eles não garantem a cura, mas há possibilidade real de ela ter uma melhora significativa na visão o que possibilitará que a Brenda ande sozinha, suba escadas, melhore a percepção de cor e profundidade, além de melhorar o estrabismo”, contou Marilia.
Para realizar o sonho da pequena Brenda de "enxergar todas as pessoas" a família, mesmo sabendo das dificuldades em levantar todo o dinheiro para o tratamento, não mediu esforços. O primeiro passo foi entrar com um processo na justiça contra a União, obrigando que a mesma custeasse o tratamento, o que não foi conseguido, pois foi alegado que não era um caso de vida ou morte.
Tristes com a notícia e sem saber a quem recorrer a família então criou uma campanha de arrecadação pela internet, campanha essa que em pouco tempo, resultou na maior parte da quantia necessária para o tratamento. “Eu nunca esperava uma repercussão tão grande e de que em poucos meses conseguiríamos quase todo valor para o tratamento”, contou Marilia. O restante da quantia foi conseguido durante leilão beneficente, no final do mês de janeiro, em Matutina. “Gostaria de agradecer a todos que contribuíram com a campanha seja ajudando, doando, compartilhando, di-vulgando e quem esteve presente no leilão” exclamou Brendinha extremamente feliz com o resultado.
Marilia Souza fez questão de ressaltar que o valor arrecadado será utilizado para custear as despesas com o tratamento na Tailândia, bem como a continuidade do mesmo no Brasil, pois o nervo não irá regenerar tão rápido, sendo necessária a visita a outros especialistas. “Todo o valor que ela não usar vamos passar para outra pessoa que precise de tratamento ou para uma instituição de caridade”, garantiu.
Viagem
A viagem de Brendinha para a Tailândia já está marcada e a pequena guerreira embarca, ao lado da mãe da tia, no próximo dia 11 de março. Inicialmente serão 18 dias no país asiático e lá, antes de iniciar o tratamento, fará uma nova bateria de exames para determinar os procedimentos.
Esperança
Brendinha disse que após estar recuperada dos procedimentos, e enxergando, quer brincar com as amigas. “Eu me imagino correndo com minhas amigas por essa praça. Vou virar para minha mãe e dizer bye bye”, disse ela as gargalhadas. Além disso, Brenda disse que ao voltar enxergar que ver uma pessoa em especial. “Minha mamãe linda e perfeita. Será maravilhoso tudo isso”, exclamou.